O preparador físico do Grêmio, Marcio Meira, teve de passar por um período de quarentena para se recuperar de coronavírus. De volta às atividades, ele falou sobre como encarou a covid-19 e projetou os trabalhos do clube para os próximos dias.
— Descobri que estava (com covid-19) na minha chegada, depois das férias. Fiz teste e fui informado de que estava com o vírus e me pediram para ficar isolado. Agradeço aos médicos pelo cuidado que tiveram comigo. Conversavam e perguntavam como eu estava, se precisava de algo, todos os dias. Fizemos um segundo teste e pediram que eu esperasse mais um pouco. Eles (médicos) falavam comigo pela internet, me atualizando dos treinos aqui, me ajudando nisso — disse Meira em entrevista divulgada pela assessoria do clube.
Outro recuperado do novo coronavírus foi o atacante Diego Souza, que voltou às atividades nesta semana.
— É difícil treinar sozinho depois de uma quarentena. Então introduzimos ele direto no grupo, mesmo estando um pouco atrás (na parte física). Depois, lá no final, vamos ver o que falta para trabalhar de forma individualizada — comenta Márcio Meira.
O preparador também falou como fez para acompanhar os treinamentos realizados no CT Luiz Carvalho, enquanto se recuperava da covid-19.
—Nós tínhamos reuniões constantes, após os treinos. O Mario Pereira e o Gabriel Alves (auxiliares de preparação física) me atualizavam e nós já preparávamos o dia seguinte. E assim foram nas duas semanas. Eu sabia o tudo que ocorria aqui, com vídeos e gravações que me eram enviadas — conta.
Além de trabalhar a parte física dos atletas, enquanto aguarda a confirmação do recomeço das competições, a comissão técnica precisa controlar a ansiedade dos jogadores, que sequer podem realizar atividades próximas a um jogo, como um coletivo ou treinamento tático.
— Uma época de muita ansiedade porque estão querendo jogar e só podem treinar. É um trabalho maçante, muito mais físico. A bola é pouco usada porque não podemos fazer trabalhos em grupo. Então estamos dando ênfase na parte de resistência para que tenham menos risco de lesão na volta. Quando regressarem os trabalhos coletivos, com bola, a ansiedade irá diminuir — projeta o preparador.
Para Meira, os jogadores necessitarão de tempo para entrarem num ritmo de competição.
— Os atletas vão estar em boas condições físicas quando recomeçar o campeonato. Mas vai faltar ritmo de jogo. Acredito que precisarão de cinco, seis jogos, para chegar num nível de competição — afirma o preparador físico, que avalia que a nova determinação que permite até cinco trocas será benéfica para que se possa preservar atletas mais desgastados.