Antes de ser o "capita" do Grêmio e conquistar inúmeros títulos com a camisa tricolor, Maicon teve uma passagem marcada por altos e baixos no São Paulo. Jogou no clube paulista entre 2012 e 2015 e, apesar de ter conquistado uma Copa Sul-Americana por lá, sofreu com as críticas. Um de seus principais defensores era o técnico Muricy Ramalho, que comprou briga por sua causa no Morumbi.
— Tinha uns diretores no São Paulo que não sabiam nada e queriam tirar o Maicon de qualquer jeito. Mas no meu time, quem mexe sou eu. Cheguei a dizer que minha equipe era Maicon e mais 10, que tiraria qualquer um menos ele — recordou o ex-treinador e hoje comentarista esportivo dos canais SporTV em entrevista ao Bola nas Costas, da Rádio Atlântida, nesta sexta-feira (17).
Tudo o que o torcedor gremista está cansado de saber sobre Maicon, seu ex-técnico já dizia quando ele era criticado em São Paulo. A qualidade no passe, a organização da equipe, o poder de liderança.
— Eu sabia de tudo isso e, por isso, colocava ele para jogar. Os caras lá viam outro jogo, só pode. O Maicon fazia o time andar. Ele é muito bom nisso, faz os companheiros jogarem. Tive de comprar brigar por ele — disse Muricy.
O ex-treinador lembra, inclusive, da conversa que teve com Maicon antes de sacramentar sua transferência para o Grêmio. Muricy diz que apoiou a decisão do volante de sair do São Paulo:
— A gente conversava muito. Um dia ele me disse que queria ir para outro lugar, que não dava mais. Concordei com ele, porque estava sendo queimado aqui.
Tricampeão brasileiro como técnico do São Paulo em 2006, 2007 e 2008, Muricy Ramalho tinha estofo de sobra para segurar a pressão no clube. Ele ressalta, no entanto, que não é tarefa fácil para um treinador comprar briga com dirigentes, imprensa e até mesmo parte da torcida para manter um atleta em campo.
— É difícil, especialmente para treinadores mais jovens. Mas eu batia de frente. Claro que você fica sempre pendurado, com gente querendo te tirar. É complicado, mas a única chance que eu tinha de me manter lá era ganhar. E eu ganhava e ficava — brincou.