Ainda em 2012, sob a gestão de Paulo Odone, o Grêmio havia tentado contratar Giuliano. Porém, os valores pedidos pelo Dnipro, da Ucrânia, assustaram os dirigentes. Dois anos e meio depois, já sob o comando de Fábio Koff, o clube enfim conseguiu selar esta compra. No dia 13 de junho de 2014, o meia foi anunciado como o mais novo reforço tricolor.
A direção não quis revelar a quantia envolvida, mas soube-se que a pedida dos ucranianos era de 5 milhões euros (R$ 15 milhões pela cotação da época). Tratava-se da compra mais cara da história do clube àquela altura (que só seria superada pela compra de Bolaños, em 2016), e ela só foi possível graças a ajuda de um investidor.
— O Grêmio ainda vive uma situação delicada financeiramente, e este empresário, que é um grande gremista, mais uma vez nos ajudou. Se não fosse ele, não teria negócio. Nesta negociação do Giuliano, o Grêmio não vai pagar nada agora. Todo o valor será desembolsado por este investidor gremista. Será pago uma parte do valor agora, que é mais do que 50%, e o restante será parcelado em um ano — explicou o então diretor-executivo Rui Costa.
O empresário em questão era Celso Rigo. Hoje figura conhecida da torcida gremista, ele não era tão comentado assim naquela época. Amigo de Koff desde 1996, quando levou o atacante Zé Alcino para o Estádio Olímpico, o são-borjense tinha participado recentemente das contratações do meia uruguaio Maxi Rodríguez e do lateral-esquerdo Wendell.
— Ele (Giuliano) tem uma enorme qualidade técnica, tem idade boa (24 anos), é um jogador feito e cairá como uma luva. A posição dele era uma das carências do time — destacou o investidor em entrevista à Zero Hora — Invisto porque tenho paixão pelo Grêmio. Tenho uma boa relação com toda a diretoria, me sinto em casa — concluiu ele.
O primeiro semestre de 2014 não havia sido positivo para o Grêmio. Goleado na final do Gauchão e eliminado nas oitavas de final da Libertadores, o Tricolor entendeu que precisava reforçar o time treinado por Enderson Moreira. Assim, na parada para a Copa do Mundo, abriu conversas com o atleta que, quatro anos antes, havia sido campeão da América pelo rival Inter, sendo até mesmo escolhido o melhor jogador do torneio.
— Eu sou um profissional. Tive uma história no Internacional, fui feliz e ninguém nunca vai poder apagar o que eu fiz lá. Mas, a partir de agora, inicio um novo ciclo na minha vida, defendendo o Grêmio — declarou o atleta em sua apresentação na Arena.
De fato, Giuliano comprovou o seu profissionalismo até deixar o clube, em 2016, vendido ao Zenit, da Rússia. Mesmo que não tenha sido campeão em sua passagem pelo Grêmio, escreveu seu nome na história dos clássicos ao anotar o primeiro gol da goleada por 5 a 0, pelo Brasileirão de 2015, festejada até hoje pela torcida gremista.