No dia 12 de março, a Dupla escreverá um novo e importante capítulo de sua rivalidade. Pela primeira vez, os dois gigantes de Porto Alegre farão um enfrentamento válido pela Libertadores. Por isso, GaúchaZH recorda Gre-Nais que entraram para a história do clássico.
Se, nos últimos tempos, o torcedor gremista está acostumado a citar o nome de Geromel na hora de escalar o time do Grêmio, nos anos 1980, o mesmo ocorria com Luís Eduardo. De 1984 a 1990, o zagueiro vestiu a camisa tricolor, conquistando a Copa do Brasil de 1989 e seis títulos gaúchos. Por isso, na hora de escolher um Gre-Nal marcante em sua carreira, ele pensa um pouco mais:
— Ganhar, eu ganhei muitos... Mas aquele dos 4 a 1, pelo Gauchão de 1990, foi especial. Foi meu último título — crava ele, que hoje trabalha como técnico do Soledade.
No dia 29 de julho de 1990, o Tricolor chegou à última rodada do quadrangular final precisando apenas de um empate. Foi além. Jogando em casa, abriu o placar nos minutos iniciais com golaço de falta de Assis. O empate do Inter veio com o paraguaio Zabala, nos acréscimos do primeiro tempo. Após o intervalo, no entanto, o Grêmio atropelou, com um gol de Cuca e dois de Paulo Egídio. O que pouca gente sabe é que Luís Eduardo quase ficou de fora naquela tarde.
— Fui vendido na quinta-feira de madrugada e me acertei com o Valladolid na sexta. Não queriam me deixar jogar o Gre-Nal no domingo. Então, eu falei: "Ou eu jogo ou não vou embora" — revela ele.
Apesar de ver seus companheiros de ataque construírem toda a goleada na segunda etapa, o ex-zagueiro quase foi às lágrimas dentro de campo.
— Fiquei 15 anos morando dentro do Olímpico e, na minha saída, sabia que não iria voltar. Eu já estava com 30 anos. Então, me marcou muito. Os últimos 45 minutos foram horríveis. Eu e o Cuca nos olhávamos e falávamos: "É o nosso fim" — lembra ele, que repetiu a parceria com Cuca no clube espanhol.
Após a passagem pela Europa, Luís Eduardo voltou ao Brasil, mas para defender clubes como Palmeiras, Fluminense, Atlético-MG, Athletico-PR e Coritiba. De fato, nunca mais jogou no Grêmio.
Ficha técnica:
Gre-Nal 305: Grêmio 4x1 Inter (Gauchão de 1990)
Grêmio: Mazarópi; Fábio Lima, João Marcelo, Luís Eduardo e Hélcio; Jandir, Cuca e Assis; Darci, Nilson e Paulo Egídio. Técnico: Evaristo de Macedo.
Inter: Maizena; Chiquinho, Célio Lino (Daniel Franco), Sandro Becker e Zabala; Júlio, Norberto, Luiz Fernando Gomes (Rudinei) e Marcelo Prates; Edu Lima e Nélson Bertollazi. Técnico: Cláudio Duarte
Gols: Assis, Cuca e Paulo Egídio (duas vezes); Zabala