No dia 12 de março, a Dupla escreverá um novo e importante capítulo de sua rivalidade. Pela primeira vez, os dois gigantes de Porto Alegre farão um enfrentamento válido pela Libertadores. Por isso, GaúchaZH recorda Gre-Nais que entraram para a história do clássico.
Nunca um empate foi tão comemorado. Mas não era para menos. O gol de cabeça de Pedro Júnior, literalmente, valeu por dois. Graças ao saldo de gols qualificado, o placar de 1 a 1 no Beira-Rio, naquele 9 de abril de 2006, somado ao empate por 0 a 0 no jogo de ida no Estádio Olímpico, decretou o título de campeão gaúcho ao Grêmio.
— Comemoramos muito porque nossa equipe não era a favorita. Quando se viu que seria um Gre-Nal na final, todo mundo falava que o Inter seria campeão fácil. Pelos jogadores que tinha, o favoritismo era do Inter, que seria campeão do mundo naquele ano. Isso motivou a gente a se fechar ainda mais a mostrarmos no campo. Não ganhamos o Gre-Nal, mas também não perdemos, e conseguimos o resultado que nos favorecia, que era o empate com gols. Estávamos retornando da Série B, nos remontando o time e muitos jogadores ainda chegariam no decorrer do ano. Mas fomos uma equipe aguerrida — recorda o então camisa 10 tricolor, Marcelo Costa.
Naquele Gre-Nal, Marcelo Costa foi responsável pela cobrança de falta que, aos 34 minutos do segundo tempo, mudaria o cenário do clássico. Os colorados venciam por 1 a 0, com gol de Fernandão.
— O Mano (Menezes) tinha muita confiança em mim na bola parada. Vínhamos fazendo muitos gols assim no Gauchão daquele ano e ele sempre pedia para eu bater em direção ao gol porque era só desviar que a bola entrava. Então, treinamos muito a bola parada naquela semana — revela.
Marcelo Costa, aliás, ressalta o trabalho realizado pelo treinador. Depois de se consagrar na Batalha dos Aflitos, Mano Menezes foi bicampeão estadual, terminou o Brasileirão de 2006 em terceiro lugar e, no ano seguinte, levou a equipe à decisão da Libertadores.
— Treinei com ele (Mano) nos juniores do Juventude e dava para ver que ele era diferenciado. Conseguia segurar muito bem o vestiário e já era possível saber que ele teria uma grande carreira pela frente. No Grêmio, com o título da Série B, ele se tornou um dos grandes treinadores do país. Foi um começo tanto para ele como para mim. O Grêmio me abriu muitas portas — conclui ele.
Ficha técnica:
Gre-Nal 365: Inter 1x1 Grêmio (Gauchão de 2006)
Inter: Clemer; Ceará, Bolivar, Ediglê e Rubens Cardoso (Rafael Sobis); Fabinho, Tinga, Márcio Mossoró e Iarley (Renteria); Michel (Perdigão) e Fernandão. Técnico: Abel Braga
Grêmio: Marcelo Grohe; Patrício, Pereira, Evaldo e Escalona (Tcheco); Jeovânio, Lucas, Wellington, Marcelo Costa e Ramón (Pedro Júnior); Ricardinho (Nunes). Técnico: Mano Menezes
Gols: Fernandão (I) e Pedro Júnior (G)