O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, comentou as críticas feitas pelo zagueiro Kannemann, em coletiva na manhã desta sexta-feira (17), às demissões na comissão técnica do time. As declarações do mandatário foram feitas no programa Sala de Redação.
— Cada um faz a sua. O que eu sempre quero é o Kannemann que fala assim e que joga assim, os dois me servem. Quero ele falando, indignado, preocupado, no processo, participando, quero no campo exatamente indignado, buscando a bola, fazendo gol, avançando, dando aquelas arrancadas. Pra mim, tudo isso me serve — declarou, minutos depois de ressaltar a lealdade e franqueza do argentino:
— Conheço-o de longa data. Conheço sua forma de atuar, sua forma de pensar, de agir, de debater os assuntos. A forma que ele se manifestou hoje (sexta) é exatamente ele. É ele fora do campo e é ele dentro do campo. Não tem nada diferente.
O dirigente também falou sobre o processo que levou às mudanças no começo da temporada gremista. Ele diz que informou todas ao treinador Renato Portaluppi, em quem deposita sua confiança pessoal. O comandante estava de férias quando o presidente demitiu sete membros da comissão técnica. O técnico volta ao trabalho na próxima segunda-feira.
— É a hora de botar tudo em pratos limpos. O processo é este, daqui para frente. Tem mais alguma coisa que possamos fazer? Estamos juntos? Porque é isto que tem que acontecer — projetou Bolzan, sobre o diálogo que terá com o comandante tricolor.
Perguntado sobre o tamanho da autonomia dada a Portaluppi, Romildo apontou a capacidade que o técnico tem de administrar as questões de vestiário, focando no rendimento da equipe:
— Eu quero o Renato dono do Grêmio. Estou pouco me lixando se isso fere liderança. O Renato, mais do que ninguém, tem hierarquia, começa por aí. E sabe o quanto ele gosta de fazer as coisas para dar certo e para vencer. Se tem uma pessoa que tem todos esses sentimentos, faz tudo para vencer e é capaz de tomar conta de tudo para fazer vencer, eu tenho mais é que dar força. Não sou ciumento. Coisa boa que tenho um treinador com essa vocação de vitória.
Acho que o Luan vai fazer um grande ano. Quero que todo mundo saiba que essa é a minha visão.
ROMILDO BOLZAN
A motivação de Luan
O presidente Romildo Bolzan avaliou as saídas de Luan e Tardelli e deu sua opinião sobre a situação de André, que segue no elenco. Para o dirigente, o ex-camisa 7 tricolor terá sucesso no Corinthians:
— Talvez ele não estivesse tão estimulado a ponto de fazer um grande ano no Grêmio. Mas no Corinthians vai fazer, pelo menos neste primeiro ano. Ele tem futebol, é um jogador excepcional, um craque de bola. O Grêmio fez aquilo que tinha que fazer.
Rescisão do contrato de Tardelli
Segundo Bolzan, o atacante Diego Tardelli teria pedido para sair do clube mais de uma vez durante 2019, chegando a ter a documentação preparada. Porém, a negociação não havia se completado. Romildo defende que a rescisão alcançada na última quinta-feira foi a melhor saída para as duas partes:
— Quem está à vontade fica, quem não está, sai. Esta é a vida, e ninguém precisa se desgastar, se machucar ou sangrar. Esses processos são de relacionamento, são contratos de trabalho muito caros. Os jogadores são talentos, artistas, profissionais altamente remunerados. Eles praticamente comandam seus contratos de trabalho.
André sem clima
O presidente acha que André deveria sair do Grêmio, mesmo sem que o atacante tenha solicitado isso. Para Romildo, o ambiente de exposição e cobrança pessoal sobre o atleta, em Porto Alegre, degradou a imagem e dignidade pessoal.
— Não seria um bom ambiente para trabalhar. Eu, se fosse ele, não gostaria de jogar no Grêmio, nesse contexto de injustiça — avaliou, detalhando que o atacante segue no Tricolor, por enquanto:
— Ele fica no grupo à espera de uma situação de negócio. Se não tiver, ficará conosco. Mas todos nós sabemos, já conversamos, que se tiver uma opção de negócio boa pra ele e boa para o grupo, vai acontecer.