O Grêmio anunciou nessa terça-feira (28) seu sétimo reforço para a temporada 2020. Depois de ter seu retorno ao Tricolor oficializado com contrato de um ano, Diego Souza chegou a Porto Alegre pela manhã. No final da tarde, foi apresentado no CT Luiz Carvalho logo após Thiago Neves e assumiu a responsabilidade de ser o homem gol do time de Renato Portaluppi.
— Hoje eu me vejo como um camisa 9. Um time que joga a maioria das partidas no campo ofensivo como o Grêmio é quase um sonho para um centroavante. A bola acaba passando toda hora, tem muitos cruzamentos e combinações. Estou babando para fazer parte desse trio ou quarteto ofensivo — disse o jogador, que teve uma boa passagem pelo clube em 2007 atuando como meia.
— Mudei bastante (desde 2007). Cada vez fui jogando mais para frente. O normal até é o jogador ir para trás com o tempo e eu fui para frente. O Grêmio tem um time de posse de bola e movimentação. Eu gosto de equipes assim. Eles podem me ajudar e eu posso contribuir nesse sentido — completou.
A chegada de Diego Souza é mais uma tentativa do Grêmio para suprir a carência no comando do ataque. Desde o título da Libertadores de 2017, quando Lucas Barrios foi o artilheiro da temporada gremista ao lado de Luan, com 18 gols, o clube contratou André, Diego Tardelli, Hernane Brocador, Felipe Vizeu e Luciano. Outros atletas foram testados na função, como Jael, que já estava no elenco tri da América, e Luan e Thonny Anderson, atacantes de movimentação que acabaram escalados como homens mais avançados, mas nenhum deles conseguiu se firmar nos dois últimos anos.
Diego Souza não fugiu da responsabilidade e admitiu que sua missão é acabar com o problema no comando do ataque do Grêmio:
— A responsabilidade é de todos que vestem essa camisa tão grande, mas não vou fugir da minha. Quero muito ajudar e, sim, poder resolver esse problema. Vou me dedicar bastante para quem sabe resolver esse problema e ajudar os meus companheiros.
Libertadores é obsessão
Em sua primeira passagem pelo Grêmio, há 13 anos, Diego Souza esteve perto de conquistar a Libertadores. Ele foi uma das principais figuras da equipe de Mano Menezes que perdeu a final para o Boca Juniors. A volta ao clube é encarada como a oportunidade de realizar o sonho continental com a camisa tricolor.
— É o sonho da minha vida. Essa Libertadores é obsessão não apenas minha, mas do clube e dos meus companheiros. É a maior competição que um clube brasileiro pode disputar e estaremos com os olhos vidrados nela. Tive uma passagem muito boa por aqui, sempre fui muito bem recebido e volto depois de um certo tempo com a mesma motivação, com um sentimento maravilhoso de poder ajudar da melhor maneira possível — assegurou.
Assim que o nome de Diego Souza apareceu como em negociação com o Grêmio houve uma desconfiança inicial da torcida. O apoio de Renato Portaluppi, que ressaltou sua confiança no atleta em entrevistas, fez alguns torcedores mudarem de opinião. Em enquete realizada pela Rádio Gaúcha nesta terça, a contratação do atacante teve 61,1% de aprovação.
Na apresentação, Diego Souza afirmou que a temporada ruim no Botafogo em 2019 não pode ser tratada como algo comum na sua carreira.
— Um ano um pouco abaixo não pode se tornar referência. Sou um dos maiores artilheiros do Brasileirão de pontos corridos mesmo jogando como centroavante em pouco período. Isso me deixa satisfeito. Mas não adianta eu falar, ser criticado ou elogiado. Vou é trabalhar bastante para estar na ponta dos cascos e poder atender a essas expectativas.
Diego Souza chega para brigar por posição com Luciano no ataque do Grêmio. A confiança demonstrada por Renato Portaluppi, no entanto, é um aceno de que ele sai na frente nessa disputa.
Os números dos centroavantes desde Lucas Barrios
Barrios (2017)
- 45 jogos
- 18 gols
- Média: 0,4
Jael (2017 a 2019)
- 67 jogos
- 14 gols
- Média: 0,2
André (desde 2018)
- 74 jogos
- 11 gols
- Média: 0,14
Hernane Brocador (2018)
- 5 jogos
- 0 gol
Diego Tardelli (2019)
- 47 jogos
- 7 gols
- Média: 0,14
Felipe Vizeu (2019)
- 26 jogos
- 5 gols
- Média: 0,19
Luciano (desde 2019)
- 22 jogos
- 5 gols
- Média: 0,22
Da Silva (desde 2019)
- 3 jogos
- 0 gol
Isaque (desde 2019)
- 8 jogos
- 2 gols
- Média: 0,25
Diego Souza como "9"
São Paulo (2018 e 2019)
- 59 jogos
- 17 gols
- Média: 0,28
Botafogo (2019)
- 41 jogos
- 9 gols
- Média: 0,21