A bola rolava entre Grêmio e Libertad, no Paraguai, quando os dirigentes receberam a informação de que Antônio Carlos Verardi havia sido levado ao hospital, em Porto Alegre. Lutando contra um câncer, o funcionário mais antigo do clube morreu durante a madrugada desta quarta-feira (24). Ainda de Assunção, o presidente Romildo Bolzan Júnior atendeu à Rádio Gaúcha.
— Recebemos a notícia da família aqui no Paraguai ainda. Estamos consternados, porque se vai uma história viva do clube, de participação relevante. Pela imagem que todos faziam dele no clube, ele era o emblema do futebol do Grêmio. Era um homem que tinha a vivência, a história e a cultura de fazer futebol no Grêmio. Foi relevantíssimo. Seu falecimento, com certeza, leva uma grande memória do clube — lamentou ele.
Ocupando diversos cargos desde 1965, Seu Verardi, como era chamado, atuava como superintendente quando Romildo venceu as eleições presidenciais, em 2014.
— Quando eu assumi o clube, propusemos um projeto de reformulação, e ele, em momento algum, deu uma palavra de desconforto, de dúvida. Pelo contrário, sempre foi um incentivador, sempre tinha grandes diagnósticos do clube. Sempre foi muito fiel aos jogadores e, principalmente, à direção. Era gremista acima de tudo — comenta o mandatário tricolor.
Sobre a lembrança que leva do companheiro de diretoria, Romildo relata uma pequena ironia proferida por ele na rotina diária do clube.
— Ele adorava futebol, adorava o clube, mas ele tinha a seguinte frase: "Se não fosse os 90 minutos da partida, o futebol seria uma beleza". Porque aquilo era uma tensão para ele. Tinha essa angústia do jogo. Esta é a imagem que levo dele, como um gremista apaixonado e um funcionário extremamente dedicado — concluiu o presidente.