Morreu nesta quarta-feira (24), aos 84 anos, Antônio Carlos Verardi, o Seu Verardi. Seu nome se confunde com a parte mais vitoriosa da história do Grêmio. Foram 54 anos dedicados profissionalmente a um clube para o qual já devotava há 31 sua paixão como torcedor.
Ele começou a trabalhar no Tricolor em 1965, mesmo ano em que o time se sagrou campeão gaúcho invicto. O feito foi repetido há uma semana, como que fechando um ciclo.
Verardi entrou no Grêmio para trabalhar no departamento de obras, mas foi no futebol que construiu sua história e colaborou para a do clube. Desde o final dos anos de 1970, assumiu a supervisão da área, algo que, na prática, seguiu fazendo até seus últimos dias de vida, mesmo que o nome do cargo tenha mudado.
Neste mais de meio século, Verardi gerenciou com mão forte, mas leve, mesmo sem ter ter sido gerente. Foi orientador de jogadores, técnicos e dirigentes gremistas. Contratou, dispensou, negociou e acumulou credibilidade, admiradores e amigos.
Conhecido internacionalmente no meio do futebol, tinha seu nome confundido com o do próprio Grêmio, pelo qual conquistou os mais importantes títulos possíveis. Seu ritual, quando de jogos importantes em Porto Alegre, era sair de casa, almoçar com os jogadores e seguir para o estádio. Fez isto até o final de 2018. Este simbolismo dá a dimensão de como Verardi transformou o clube numa extensão de sua família.
Fica a saudade para os amigos e um exemplo para o futebol brasileiro que ainda tateia na consolidação de profissionais na área da gestão do futebol. Feliz de quem conviveu e aprendeu com ele. Obrigado, Seu Verardi. Descanse em paz.