Renato Portaluppi tem fome de título. Não importa qual, o treinador quer levantar taça. Na sua volta ao Grêmio, já são cinco taças no armário do clube. Após a goleada por 6 a 0 sobre o Avenida, na noite deste domingo (10), e a conquista da Recopa Gaúcha, o técnico deixou claro que o Tricolor entrará em campo para vencer sempre. Se vale troféu, o time gremista se entregará 100% na busca pela volta olímpica.
— É trabalho. Ninguém consegue nada sem trabalhar. Hoje, o Grêmio tem o melhor ataque e a melhor defesa (do Gauchão). Objetivo sempre é vencer o adversário, somar três pontos e, consequentemente, ganhar uma taça. Está valendo taça, a gente corre atrás. Esse negócio de não comemorar não acontece. Tem que comemorar, sim, trabalhamos bastante para isso — afirmou Renato, em coletiva de imprensa.
Como de costume, o técnico faz questão de não esconder contratações pontuais. O nome do momento é o de Diego Tardelli. Após revelar o interesse no centroavante, na última sexta-feira (8), o próprio técnico afirmou que uma decisão por parte do atleta deverá acontecer até terça-feira (12).
— Eu tenho conversado com a diretoria, o Grêmio fez uma proposta muito boa para o Tardelli. Eles pediram para dar uma resposta até hoje (domingo). Já mandei um recado para o Tardelli, e eles pediram um prazo até terça-feira. Eles têm todo o direito, mas deixamos claro que nós chegamos ao nosso limite e, a partir de terça-feira, precisamos de uma resposta dele. Sim ou não. O jogador tem todo o direito de decidir. Esperamos que seja uma resposta positiva. A proposta do Grêmio é muito boa, é um salário que o jogador merece. Mas, se isso não acontecer, o jogador segue sua vida e o clube segue a sua em busca de mais títulos — declarou.
Com a vitória, o time de Renato é líder isolado do Gauchão: com 16 pontos, cinco vitórias e um empate. Na segunda-feira (11), os jogadores ganharam folga geral. O próximo confronto do time de Renato será no domingo (17), às 17h, diante do Brasil-Pel.
Confira outros trechos da entrevista:
Sobre crescimento da equipe
"Meu time vai continuar buscando títulos. Não sei se vai conseguir, mas a gente trabalha para isso. Temos cinco títulos em dois anos. É um grupo trabalhador e eu tenho o maior orgulho dele. Todo o jogador que entra no grupo também chega com esse pensamento, de querer ganhar. E isso é fundamental. Pode ter certeza que o meu grupo nunca vai se acomodar, pelo menos com isso."
Sobre reservas que entram bem
"Tem espaço para todo mundo. Acho que, mais do que nunca, quem começar a partida tem que ficar esperto, ligado. Todo mundo briga na boa pela posição. Mas a fila anda. Se der mole, o que tá fora entra e não sai mais. Mas eles se respeitam. Porém, é muito bom para o treinador ter opções como a gente tem. Uns saíram e outros chegaram, mas o nosso nível nunca muda."
Sobre a possível saída do Jael
"É uma proposta que chegou para ele já alguns dias, mas isso está com a diretoria. O Jael tem contrato, é um jogador importante para a gente no grupo. A gente está tratando com muito carinho essa proposta aí. Tenho certeza que até amanhã (segunda) ou terça-feira, algumas coisas vão ser definidas. A gente sempre vai procurar o melhor para o clube e para o jogador também."
Sobre o início de ano
"No ano passado, o Grêmio começou bem depois por um excelente motivo: o Mundial. A gente sempre procura melhorar a parte física e técnica dos jogadores. Falta bastante coisa, o Grêmio fez seis jogos esse ano. Ainda falta ritmo de jogo. Não é porque estamos ganhando que está tudo bem e não falta mais nada. Nós não podemos nos acomodar, é isso que eu falo para os jogadores. Eles tem que aproveitar essa estrutura. Se a diretoria dá esse conforto, em campo eles tem que se entregar. Eles são profissionais e entendem o trabalho."
Sobre o Léo Gomes no time
"Tem algumas coisas que eu tenho conversado com o Léo. Mas eu prefiro ficar entre mim e ele. Ele chegou muito novo, com muitos defeitos, mas fomos dando um tempo para ele. Lapidando ele. Hoje, ele vem jogando e jogando bem. É jovem e pode jogar muitos anos no clube."
Sobre a comparação com o Manchester City
"A única diferença é só o bancário deles (risos). Eles colocam uma seleção em campo. Mas cada um na sua. Eu acho que o futebol é bonito, com equipes que jogam para a frente. Que buscam o gol o tempo todo. Futebol é alegria. Mas é o que digo, a nossa diferença é o bancário."
Sobre mesclar juventude e experiência
"É o mérito de todo mundo. Eu sou pago para procurar lapidar os jogadores, independentemente da idade. É por isso que o Grêmio vem formando jogadores. É um trabalho em bola de neve. Mas o importante é você formar os jogadores, não adianta formar um e parar por aí. Então, todo mundo tem uma parcela. Do roupeiro ao presidente."
Sobre a tragédia no Flamengo
"Foi com muita tristeza que recebemos a noticia. Todos os jogadores já passaram por isso (morar em alojamentos), categorias de base. É um sonho. É difícil você falar sobre isso agora. Falar o quê? Não adianta ficar apontando o culpado. Nessas horas, a gente tem que ficar tranquilo e consolar essas famílias. Na minha opinião, foi uma fatalidade. Eles foram para um grande clube e infelizmente aconteceu isso. Eu tenho uma filha e não queria estar de maneira alguma no lugar desses pais. É muito difícil. Se eu pudesse ter as palavras certas para confortar, eu falaria."