Com carisma incontestável, capaz de lotar de fãs o Gaúcha Sports Bar e ser aplaudido em meio a uma resposta sobre o clássico Gre-Nal, o volante Maicon foi a atração do programa Cardápio do Zé, do Rádio Gaúcha, no mês de janeiro. Totalmente à vontade, com muito bom humor, mas não deixando de ser firme em determinados assuntos, o capitão gremista conversou durante uma hora abordando temas como sua origem, a carreira, o futuro e a temporada do Grêmio em 2019.
Falando sobre o início dos trabalhos e os primeiros jogos do ano, Maicon lembrou que "cada temporada tem sua própria história", evitando comparações com anos anteriores. Pedro Geromel, Marcelo Oliveira e ele são os jogadores mais experientes do grupo e os que restaram daquele Grêmio que voltou aos títulos em 2016, na Copa do Brasil. Por isso, os três se intitulam como "os sobreviventes". Não significa, na sua opinião, que as mudanças, ao logo dos anos, tenham descaracterizado o jeito de jogar da equipe.
Sobre sua carreira, Maicon não se intimidou em falar do momento em que teve que sair do São Paulo por incompatibilidade com a torcida, assumindo o desafio de se transferir para o Grêmio, onde não esperava chegar ao patamar atingido. Ele também lembrou o início no Madureira, a passagem na Alemanha e o bom momento no Figueirense. Sobre a origem, garante que sempre foi "10" (meia) e que a necessidade fez com que mudasse de posição.
No Grêmio de 2019, está otimista em relação aos problemas de lesão que o atormentaram nos últimos anos e afirma que Renato Portaluppi já sabe como preparar o time para um novo acúmulo de jogos.
Sobre Renato, a conversa é um capítulo à parte, com o capitão revelando que se preocupou muito com a recente cirurgia no coração a que se submeteu o comandante. Bem-humorado, disse que o treinador "já está bom, dando até uns esporros nos treinamentos". Também com descontração, disse que não se arrisca a jogar futevôlei com o técnico, que mantém desde os tempos de Rio de Janeiro o seu jeito "boleirão".
Uma das passagens comentadas por Maicon foi o dia em que pediu para ser retirado do time porque Arthur estava surgindo em melhores condições. Também censurou o ato de o atacante Marinho ter gravado nas férias um vídeo em que falava em "ir de graça para o Flamengo".
— Ele sabe que errou e já reconheceu, mas eu disse que basta fazer um gol por jogo, uns 30 no campeonato, que o pessoal esquece (risos). Agora é hora trabalhar e fazer com que as atuações apaguem o que aconteceu. Nas férias, tem que fazer como eu, desligo o celular.
Líder do grupo, admite que divide esta condição especialmente com o amigo Geromel, com quem tem uma relação muito boa:
— O Geromel é o jogador mais sortudo que eu conheço. Nunca foi vaiado. Falhou duas vezes na vida, e o time ganhou. Ninguém pegou no pé dele (risos). Volta e meia conversamos, brigamos, e sempre nos entendemos porque queremos o melhor para o time.
O momento de maior vibração daqueles que ouviam Maicon no Gaúcha Sports Bar foi quando o capitão lembrou as desavenças com Rodrigo Dourado e D’'Alessandro nos Gre-Nais do ano passado. Ele se mostrou ansioso por novos encontros.
— No ano passado, eu não pude jogar um Gre-Nal porque o Renato não deixou. Neste ano, fico fora do jogo anterior só para estar em campo no clássico. Se for preciso, vou pedir para ele (Renato) me tirar para eu não correr risco de me machucar antes.
Maicon não vê a hora de estar em campo no Gauchão, o que acredita que acontecerá contra o São Luiz no próximo dia 31. Ele, no entanto, não esconde que estaria satisfeito se este retorno do time titular acontecesse antes.