Submetido neste sábado (5) a procedimento para corrigir uma arritmia cardíaca, denominada fibrilação atrial, o técnico Renato Portaluppi não precisará alterar seu comportamento na beira do gramado tão logo volte a comandar o Grêmio em jogos de futebol. Apenas na primeira semana após a cirurgia, realizada no Hospital Moinhos de Vento, na Capital, ele deverá evitar atividades físicas que resultem em choques mais fortes.
— Ele poderá ser o mesmo. Se acontecer de sofrer arritmia, vamos tratar de novo — garante o cardiologista Leandro Zimerman, responsável pelo procedimento.
O treinador passará as primeiras 24 horas em observação na UTI do hospital. No domingo (6), irá para o quarto. A previsão de alta é para a manhã de segunda-feira (7).
— Em uma semana, ele estará se sentindo completamente normal e poderá voltar (ao trabalho) — informa Zimerman, que acrescenta quais serão os passos subsequentes. — Como rotina, as pessoas seguem usando anticoagulantes (remédio para afinar o sangue) durante três meses (após a cirurgia).
Ao dar nota 10 para o procedimento, Zimerman deixa claro que em nenhum momento Renato correu riscos de morte. Tal fibrilação, explicou, poderia, no máximo, ocasionar problemas futuros.
— Esse tipo de arritmia não provoca morte súbita ou infarto. Gera palpitação, cansaço, pode formar coágulo ou gerar demência precoce. Há pessoas que convivem a vida toda com ela — destacou o cirurgião.
Introduzidos pela virilha, quatro cateteres (fios longos) cauterizaram quatro veias de parte do lado esquerdo do coração de Renato. Iniciada às 8h30min, a cirurgia estendeu-se até pouco depois das 12h. "Bastante ansioso e angustiado" antes do procedimento, como destacou Paulo Rabaldo, coordenador médico do Grêmio, Renato já fazia brincadeiras tão logo despertou da anestesia.
— Estava tão bem que, enquanto fazíamos alguns exames, pedimos a ele para mexer o pé esquerdo e ele disse que tinha sido o do gol de Tóquio (título mundial conquistado pelo Grêmio em 1983) — comentou Rabaldo.