Depois de empatar com o Vitória, o Grêmio só se reapresenta para treinamentos na terça-feira (27). Porém, já se pode antecipar que, diante do Corinthians, no próximo domingo (2), o Tricolor deverá ter uma dupla de zaga inédita.
Com o terceiro cartão amarelo recebido por Geromel, o técnico Renato Portaluppi não terá mais uma vez um de seus titulares da defesa. Com a lesão de Paulo Miranda e o afastamento de Bressan, o lateral-esquerdo Marcelo Oliveira poderá ser mais uma vez improvisado na função.
Até aí, nenhuma surpresa, já que recentemente contra o Flamengo, ele atuou por ali. Entretanto, a novidade está no fato de seu provável companheiro ser Kannemann — que também é canhoto e atua pelo lado esquerdo da defesa. E aí, como fica?
Neste ano, Marcelo Oliveira jogou cinco vezes na zaga, sempre formando parceria com atletas destros: Geromel, Paulo Miranda ou Bressan. Com exceção da derrota recente no Maracanã, venceu os outros quatro jogos (contra Goiás, Paraná, Vitória e Chapecoense).
Sua estreia com a camisa do Grêmio, inclusive, foi nesta função. Treinado por Felipão, formou dupla com Rhodolfo na vitória de 3 a 0 sobre o União Frederiquense, pela primeira rodada do Gauchão 2015.
— Isso eu sempre tive comigo, que pode chegar a hora de ficar em definitivo na zaga. A gente tem conversado, até porque eu não vou chegar aqui e falar que a partir de amanhã eu sou zagueiro. Então as conversas existem e eu tenho isso comigo, desde que comecei a jogar de zagueiro no Palmeiras — declarou o lateral recentemente em entrevista coletiva, relembrando o período em que, com a camisa palmeirense, atuou ao lado de Maurício Ramos, outro destro.
Mas, se para Marcelo Oliveira será novidade ter um canhoto ao seu lado, Kannemann não pode dizer o mesmo. Antes de desembarcar em Porto Alegre, o argentino fez parte do elenco do San Lorenzo que foi campeão da Libertadores em 2014. Ao longo da campanha, foi reserva de Gentiletti, atleta canhoto que acabou vendido à Lazio, da Itália, após o título conquistado sobre o Nacional, do Paraguai.
Porém, na disputa do Mundial de Clubes, no Marrocos, o clube se reforçou com o experiente colombiano Mário Yepes, ex-Milan, que também tinha o pé esquerdo como preferencial. O técnico Edgardo Bauza não teve dúvidas: deslocou o jovem Walter Kannemann, então com 23 anos, para o lado direito da defesa. Foram dois jogos: vitória sobre o Auckland City, da Nova Zelândia, e derrota para o Real Madrid, na decisão.
— Kanmemann foi quem marcou a Cristiano Ronaldo naquele jogo, e não deixou que ele tocasse na bola. Fez uma partida muito boa. Jogou pelo lado direito, com sua perna menos hábil. Se jogar assim de novo, vai lhe ser mais custoso, mas pode fazê-lo tranquilamente — relata Leandro Alves, repórter da Fox Sports na Argentina.
Resta saber agora se, já consagrado com a camisa tricolor, Kannemann voltará a atuar no lado direito da zaga para abrigar o lateral Marcelo Oliveira. Isso se Renato não quiser começar a projetar o futuro e testar o jovem Derlan. A semana de treinos no CT Luiz Carvalho trará a resposta.
Os parceiros de zaga de Marcelo Oliveira em 2018:
Geromel
2x0 Chapecoense (Brasileirão)
0x2 Flamengo (Brasileirão)
Paulo Miranda
4x0 Vitória (Brasileirão)
2x0 Paraná (Brasileirão)
Bressan
3x1 Goiás (Copa do Brasil)