O Grêmio enfrenta o River Plate pela semifinal da Libertadores em dois jogos que prometem muito bom futebol e um duelo entre os treinadores e suas ideias. Ambas equipes são adeptas a ter a posse de bola, propor o jogo e gostam de controlar as ações da partida.
Marcelo Gallardo alcançou a maior invencibilidade da história do River com 32 jogos sem derrota, enquanto o Tricolor de Renato Portaluppi defende o título e busca o inédito tetra da Libertadores. Para isso, vai precisar "machucar" o time argentino com a bola. Ou seja, fazer gols.
Junto com o Palmeiras, o River foi o time que sofreu menos gols na competição até aqui: apenas 4 (média de 0,4 por jogo). Além disso, na média o time de Gallardo sofre um gol a cada 19 finalizações dos adversários. E durante a Libertadores, os adversários conseguiram finalizar apenas nove (9) vezes por jogo, na média contra o River.
Ou seja, é muito difícil chutar na meta do goleiro Armani e mais ainda fazer gols no time do bairro portenho de Nuñez. Mas como toda fortaleza tem sua entrada, há um caminho para quebrar a muralha argentina.
A BOLA PARADA DEFENSIVA DO RIVER PLATE
As jogadas de bola parada são o ponto fraco do time de Gallhardo. Não porque marque errado ou por deficiência técnica. E sim por pura falta de atenção nas chamadas "vigilâncias defensivas". Nesta temporada, 57% dos gols sofridos pelo River tiveram origem em jogadas de bola parada. Veja as análises táticas exclusivas nos vídeos abaixo (imagens cedidas pela plataforma InStat e que tiveram seu conteúdo alterado com fins educacionais e de análise).
Geralmente, o River marca como manda o manual: encaixes individuais dentro da área, jogadores fazendo "escudo" na entrada da área para evitar entradas na corrida e alguém cobrindo o primeiro poste. Tudo certinho. Mas, de alguma forma, alguém termina comendo mosca e perde a vigilância e permite a finalização.
Foi assim no gol sofrido contra o San Martin (acima) e assim também no gol sofrido contra o San Lorenzo no vídeo abaixo.
COMO GRÊMIO PODE SE APROVEITAR DISSO?
Para criar situações de bola parada ofensiva, é necessário atacar primeiro. Se o Grêmio não se arriscar para buscar o gol argentino, não terá a seu favor escanteios ou faltas próximas da área. Então, primeiro de tudo, é não abdicar do seu modelo de jogo.
Luan, com 54% de aproveitamento, e Alisson com 67%, são os batedores oficiais de escanteios no Grêmio. Pedro Geromel foi quem mais finalizou a partir de escanteios cobrados pelos dois: foram 7 finalizações e 1 gol marcado. O segundo melhor finalizador a partir de escanteios é Cícero, com 8 finalizações no total e 2 gols marcados. O meia é o artilheiro tricolor neste tipo de jogada.
No vídeo acima, vemos como o Independiente confunde a boa marcação do River com muita movimentação e alternância na hora da cobrança em partida da Libertadores. Assim, surge uma oportunidade de gol não aproveitada. Pensando nisso, jogadores como Kannemann, Jael e Éverton podem ser recursos surpresas tirando o foco dos principais finalizadores das bolas paradas do time.
O River concede em média três finalizações originadas em bola parada aos adversários. O mesmo número de finalizações que o Grêmio faz por jogo nesse tipo de jogada. Ou seja, deu match. Agora é saber aproveitar essas oportunidades para chegar à final da Libertadores.
Os vídeos e estatísticas utilizados são do InStat, maior plataforma de estatísticas de futebol do mundo e parceira do Esquemão e GaúchaZH.