A notícia divulgada nesta quarta-feira pelo jornal Mundo Deportivo de que o Barcelona havia chegado a um acordo para contratar Arthur causou irritação na direção do Grêmio. Desde Buenos Aires, o presidente Romildo Bolzan tratou de desmentir o desfecho da negociação, embora tenha admitido que as conversas evoluíram, sobretudo, pela concordância do clube espanhol em manter o volante na Arena até o final do ano.
O dirigente disse que, há mais de um mês, não ocorreram novidades nas tratativas. E usou até de certa ironia para comentar o assunto.
— Não nos avisaram que o Arthur está vendido. Vou levar em conta que isso é uma matéria jornalistica, que possa ter surgido de fontes internas lá. Que há negociações, há. Que existem avanços, existem. Um deles é que o Arthur ficará conosco até o final do ano. Vou deixar isso como uma especulação de imprensa, porque o Grêmio não tem nada fechado com o Barcelona — explicou Bolzan.
A última proposta foi apresentada pelo Barcelona ao Grêmio em uma reunião em janeiro, no litoral gaúcho, em que participaram o executivo de futebol André Zanotta, o CEO Carlos Amodeo, o empresário André Cury, representando o clube espanhol, e também Jorge Machado, procurador de Arthur.
No encontro, o Barcelona concordou com a permanência do jogador em Porto Alegre até dezembro pelo fato de já ter as três vagas de estrangeiros preenchidas por Paulinho, Phillipe Coutinho e Yerry Mina. A estratégia para incorporar Arthur ao grupo no início de 2019, segundo o Mundo Deportivo, seria a tentativa de Coutinho de obter cidadania européia, o que abriria espaço para mais um extracomunitário no Camp Nou.
Mas para que os planos de levar Arthur em janeiro se concretizem, o Barcelona terá de subir sua proposta ao Grêmio. A última ficou abaixo do valor da multa rescisória do volante, que é de 50 milhões de euros. Os espanhóis ofereceram 30 milhões de euros à vista mais 10 variáveis, com pagamento conforme gatilhos de desempenho do volante na Espanha.
No entanto, o presidente Romildo Bolzan exige 30 milhões de euros (R$ 120 milhões) em troca dos 60% dos direitos econômicos que o clube detém e mais 10 milhões de euros para o investidor Celso Rigo, que detém 20% do vínculo de Arthur. O pagamento pelos 20% restantes, que pertencem ao próprio jogador, seria diluído ao longo de seu novo contrato com o clube espanhol.
— Eles têm que vir aqui e dizer se aceitam as condições que o Grêmio impõe, além de pagar o que o clube deseja. Se quiserem negociar nos termos que achamos interessantes, vamos em frente. Se não atenderem o que a gente quer, o assunto morreu — completou Bolzan.