Mais de uma vez, desde sua chegada ao Grêmio, em setembro de 2016, Renato Portaluppi deixou claro que nada foge ao seu controle no dia a dia do clube. Isso voltou a ficar evidenciado nesta sexta-feira (19), durante sua primeira entrevista coletiva da temporada recém aberta. O técnico admitiu ter interferido junto à direção para a saída de Edilson e ter dado seu aval ao presidente Romildo Bolzan Júnior para a contratação do camaronês Eto'o, o que só não se concretizará devido ao alto salário pedido pelo jogador.
Renato disse não ter parado sequer durante as férias. Por telefone, colaborou com sugestões para a contratação de atacantes e convenceu Cícero e Jael a renovarem contrato. Autoridade absoluta do vestiário, prometeu reunir os jogadores na noite deste domingo para lembrá-los de que a conquista do tri da Libertadores só irá aumentar a cobrança por novos títulos em 2018.
Geromel pode sair?
"Pode ter certeza de tudo que se passa no clube eu sei. Procuro ajudar sempre que possível. Conversei bastante com o presidente por telefone durante as férias. Está tudo no controle, está tudo andando muito bem. Podem ter certeza de que mais nenhum jogador vai sair. Estou falando para vocês. A não ser coisa especial, que pode acontecer com Arthur e Luan. É uma incógnita. Eles podem ser negociados, sim. Aí, vai depender do clube e da proposta. No mais, está tudo no controle."
Eto'o tem chance de vir?
"O presidente me ligou. Temos linha direta e trocamos bastante ideias. Tem coisas que é preferível ficar dentro do clube. Certos assuntos que conversamos ficam entre o presidente e eu. Acho que é o melhor caminho, trocando ideias e buscando o melhor. Não só sobre esse jogador (Eto'o) que a gente falou, falamos sobre sobre outros também. Confio no presidente, sei que, sempre dentro do possível, possa trazer um jogador para nos ajudar, tem eito bastante esforço. E pode ter certeza esse jogador chegará com o aval de todo mundo."
Obs. Pouco depois de encerrada a entrevista, Renato disse ter conversado há 15 dias com Bolzan sobre Eto'o, quando foi informado de que o elevado custo impediria a contratação.
Saída de Edilson
"Edilson foi muito importante. Gosto muito dele como pessoa e jogador. Ele me ligou na férias, trocou algumas ideias comigo, falou que tinha uma proposta praticamente irrecusável do Cruzeiro e pediu para que eu pudesse ajudá-lo na saída. Não é o Edilson, é qualquer jogador. Não gosto de jogador que, de repente, não esteja satisfeito no clube. Não que Edilson não estivesse, ele estava muito satisfeito. Só que jogador tem 10, 12, 15 anos para ganhar dinheiro. Não seria eu iria atrapalhá-lo. Ele saiu pela porta da frente, nos ajudou bastante ganhando esses últimos dois títulos."
Por que a demora na contratação de um centroavante?
"É simples a resposta. Nesta posição, tem pouquíssimos jogadores e estão empregados. E custam muito. Aí, fica um pouco difícil. Não podemos errar nesses dois ou três nomes que estão por chegar. A gente dá o nome, o presidente faz todo o esforço possível, mas, tem hora em que foge. Agora, não estamos parados, não. Temos conversado, sabemos da necessidade de trazer esses dois atacantes. Não está faltando esforço. O torcedor pode ficar tranquilo porque estamos trabalhando. Mas não podemos trazer o jogador errado. Temos que ter um pouquinho de calma para dar o tiro certo."
Cícero e Jael ficam?
"Falei muito com estes jogadores nas férias. Eles estão aqui. Basicamente, o contrato foi acertado. Acho que só falta assinar, chegaram a um acordo. Meu contrato mesmo não foi assinado e estou trabalhando. Vale a minha palavra, como vale para Cícero e Jael. Podem ter certeza de que eles farão parte do grupo de jogadores do Grêmio."
Mudanças no futebol
"Odorico (Roman) foi uma pessoa maravilhosa, com quem tive o prazer de trabalhar, tanto ele quanto Saul (Berdichevski). Tem coisas que não chegam para vocês (jornalistas), mas eu sei realmente o motivo da saída dele. Vai chegar outra pessoa? Tem coisas que fogem de mim. Posso até dar minha opinião se for consultado pelo presidente, mas a decisão é dele."
Cobrança por títulos em 2018
"Nossa responsabilidade aumentou. Vou ter uma conversa com grupo de jogadores domingo à noite e colocar a eles que, quando um clube começa a conquistar títulos, a responsabilidade aumenta. Quando não conquista, a cobrança também é muito grande. A responsabilidade vai aumentar pelo que o Grêmio vem fazendo nos últimos 15 meses, com o título da Copa do Brasil e por tudo o que a gente fez em 2017, além do título da Libertadores. O torcedor estava muito carente de título. Agora, tem ganho títulos. Jogador tem que gostar de ganhar. Então, jogador tem que gostar de ganhar, ganhar e ganhar. E, em cima desse ganho, fazemos a alegria de todo mundo."