Trazido por empréstimo de um ano pelo Grêmio junto com o atacante Alisson, na negociação que levou o lateral-direito Edilson para o Cruzeiro, o meia Thonny Anderson, 20 anos, ajudará a encorpar a equipe de transição que disputará as cinco primeiras rodadas do Gauchão. Se confirmar a fama que desfrutava em Belo Horizonte, que fez o técnico Mano Menezes chamá-lo para o grupo profissional, poderá virar uma boa alternativa também para a Libertadores e outras competições mais valorizadas pelo Grêmio.
O garoto nascido em São Paulo, que teve passagem pelo Morumbi e Audax, foi o capitão do time do Cruzeiro campeão brasileiro sub-17 no ano passado. Elogiado por sua técnica, vocação ofensiva e bom cabeceio, não conseguiu jogar com Mano Menezes por atuar na mesma função de Arrascaeta, Thiago Neves e Rafinha.
Suas primeiras credenciais foram apresentadas ao técnico César Bueno no treino de terça-feira (9), no CT Luiz Carvalho. Forte, Thonny atuou adiantado e mostrou boa movimentação e técnica. Como resta ainda uma semana até a estreia do Grêmio no Gauchão, dia 17, em Ijuí, contra o São Luiz, é provável que se some a Jean Pyerre e o também novato Thaciano na criação.
— A estrutura do Grêmio irá facilitar seu crescimento — aposta o empresário Alaece Dias, que conheceu o jogador em São Paulo, quando ele só tinha oito anos e o trata como filho.
Thonny Anderson jogava como lateral-esquerdo quando chegou ao Cruzeiro, no início de 2015. Ao perceber sua boa capacidade de criação, mesmo pelo lado do campo, Émerson Ávila, o técnico da equipe sub-20, decidiu convertê-lo em um meia. Superada a dificuldade inicial de adaptação ao novo setor, Thonny percebeu que, mais próximo da área adversária, sua técnica poderia ser melhor aproveitada. E logo virou o centro do time.
— Sempre se pode esperar dele uma jogada diferente, inusitada, para definir o jogo — diz Émerson Ávila.
É também o técnico quem desvenda o mistério sobre a decisão da direção do Cruzeiro de liberar jogador tão qualificado. Como Arrascaeta e Thiago Neves seguirão no clube, as chances de atuar serão escassas.
— Nas mãos do Renato, que gosta de jogo criativo e ofensivo, ele poderá brilhar. Como foi por empréstimo, se der certo o negócio terá sido bom para as três partes — avalia Ávila.
Nomes como Sassá, Helber e Rafael Marques foram descartados pelo Grêmio quando o Cruzeiro ofereceu jogadores de seu grupo para abater o custo de Edilson. Tudo em nome da fama que cerca Thonny Anderson.
— Ele é, sim, um bom jogador. É forte, foge um pouco da características do camisa 10, joga centralizado, mas, também, pelas beiradas — relata Tiago Mattar, jornalista do site Superesportes, de Belo Horizonte.
Sem atuar desde novembro, Thonny comemora o fato de ter se apresentado antes do grupo que esteve nos Emirados Árabes Unidos. Polivalente, espera aproveitar qualquer oportunidade que possa receber.
— No Cruzeiro, joguei como meia e falso nove. Estou aqui primeiro para aprender e ganhar experiência. Na posição que Renato achar melhor, estarei preparado — avisa.