Que tamanho tem um clube que fica 15 anos sem erguer o troféu de campeonato nacional de primeira linha e, mesmo assim, na primeira conquista, assume a liderança do ranking brasileiro?
Que tamanho tem um clube que passa uma década e meia sem dar volta olímpica e, mesmo assim, na primeira conquista, transforma-se sozinho no maior vencedor da Copa?
Que tamanho tem um clube que espera 5.400 dias para tirar da garganta um grito de campeão e, mesmo assim, na primeira conquista, leva mais de 55 mil pessoas para a arquibancada e outras sabe-se lá quantas mil para as ruas para celebrar um título libertador?
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Renato Portaluppi, o maior ídolo da história do Grêmio, respondeu. Não com suas sempre divertidas, firmes e, eventualmente, polêmicas palavras. Mas com atitude, com força, com inteligência e com organização. Sob seu comando, o time teve atuações seguras dentro da Arena e brilhantes longe dela. Manteve o estilo de jogo de seu antecessor, Roger Machado, e soube evoluir, consertar os defeitos e dar o algo a mais que faltava para o time de seu coração ser campeão novamente.
Valdir Espinosa, o técnico que conduziu o Grêmio para abrir caminho na América e dominar o mundo, respondeu. Ponte entre direção, técnico e jogadores, contribuiu para o título com seu conhecimento tático, técnico e humano. Mesmo depois de perder um grande amigo, Mário Sérgio, presente no fatídico voo, teve serenidade para se recompor e coordenar o grupo.
Marcelo Grohe, talvez o atleta que mais tenha sofrido neste período de seca, respondeu. Não com suas defesas importantes, necessárias e discretas. Mas com a lembrança aos colegas de profissão Follmann e Danilo, da Chapecoense, vítimas do acidente. E com a frase:
– Daqui a 50 anos, as pessoas lembrarão deste grupo como aquele que conquistou o primeiro título da Arena.
Maicon, o novo capitão campeão, respondeu sendo a categoria e a força de um meio-campo robusto e habilidoso.
Geromel e Kannemann responderam com a solidez de uma dupla de zaga quase intransponível.
Romildo Bolzan, o presidente que prometeu austeridade e títulos, também respondeu. Não com seu discurso sereno e empolgado de sempre. Mas com a estrela. Sua mais cara contratação, maior investimento da temporada, Miller Bolaños fez o gol da conquista, nos últimos minutos da partida.
A partida desta quarta-feira, contra o badalado Atlético-MG, respondeu. Da emoção nas homenagens à Chape ao urro do apito final, foi uma partida digna de decisão da Copa do Brasil. Teve a tensão de um começo nervoso, apesar da boa vantagem da partida de ida. Teve a histeria pelo gol. Teve a reverência pelo golaço de Cazares chutando de trás do meio do campo. E teve até aquilo que nem precisaria lembrar, aquela briga entre alguns jogadores.
E, no fim das contas, a torcida do Grêmio, na Arena e nas ruas, respondeu, entre gritos e lágrimas: "o campeão voltou!".
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