A Geral do Grêmio e seu principal líder, Rodrigo Rysdyk, o Alemão, foram suspensos por envolvimento em uma confusão no jogo do último domingo entre Grêmio x Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro. A torcida, que já estava suspensa por 180 dias por conta de outro tumulto em maio, teve a sanção estendida por mais 180 dias.
Já Alemão (de camiseta branca e chapéu, no vídeo acima) e outros três torcedores ficam proibidos de frequentar estádios por 90 dias, período no qual terão de se apresentar à polícia em dias de jogos do clube. O líder da organizada, que é candidato a vereador pelo Solidariedade, alega que agiu apenas para se defender das agressões a ele e sua companheira.
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– São medidas necessárias, todas elas causadas por fatos comprovados por vídeo, sendo que o afastamento é feito em prol da preservação da ordem pública, que se materializa, nos estádios, na proteção ao torcedor ordeiro – argumentou, na sentença, o juiz Marco Aurélio Xavier, titular do Juizado do Torcedor.
A confusão teve início após o encontro de dois grupos na esplanada da Arena. Torcedores se aproximaram do grupo em que Alemão estava e iniciaram uma conversa que, em alguns momentos, parecia amistosa. Quando se encaminhavam para deixar o local, porém, dois jovens permaneceram e um deles seguiu falando com Alemão.
Aos poucos a conversa ganhou tom ríspido. Duas versões diferentes foram relatadas a respeito do envolvimento do líder da Geral no início do tumulto (no vídeo, a 1:00).
– O desacerto inicial, após conversa aparentemente amistosa entre os envolvidos foi originado, pelos elementos que se tem até o momento, pelo golpe desferido por Rodrigo Rysdyk – defendeu o Ministério Público na audiência sobre o caso.
– Fui cercado, xingado e hostilizado por diversas pessoas. Ao ver que ia ser chutado, levantei a perna para me defender – discorda Alemão.
Estourada a briga, a companheira de Alemão, Júlia Rosa Bernardes, foi agredida – torcedores chegaram a lhe chutar e dar encontrões quando estava caída (a partir de 1:59 no vídeo). Após esse primeiro tumulto, outras brigas, envolvendo mais torcedores – o que motivou a punição à organizada –, aconteceram na Arena. O advogado do líder da Geral, Silvio Barsetti, reclamou da decisão judicial:
– A impressão é de que, nos casos relacionados ao Alemão, nunca existe a presunção de inocência.
Na tarde de domingo, 4 de setembro, a torcida Geral se manifestou em suas redes sociais. Confira o texto publicado:
"A Geral do Grêmio vem trabalhando em conjunto desde o ano passado com os órgãos públicos e o próprio clube no sentido de evitar conflitos, acabar com atos violentos e garantir a volta da festa completa na arquibancada. Tudo em prol do Grêmio! No último domingo, todos os limites foram ultrapassados quando uma mulher foi covardemente agredida. Pelos mesmos indivíduos que regularmente vem causando problemas e sendo responsáveis pelo começo dos tumultos na Arena.
Pedimos que todos vejam o vídeo e tirem suas próprias conclusões. É mostrado um grupo uniformizado, agindo de maneira ameaçadora, indo abordar Alemão na esplanada da Arena. Os fatos se desenrolam até o momento em que Júlia, mulher do Alemão, é socada e chutada enquanto estava caída no chão. Em nenhum momento se viu Alemão agredindo, ele protegeu sua companheira, que estava sendo agredida. Até o mais frio dos seres humanos, vendo sua mulher agredida, sairia do eixo.
Alemão estava acompanhado de três mulheres, um amigo com uma criança de 8 meses no colo e mais três amigos. O jogo estava em andamento e a Geral estava fazendo o seu papel, de cântico e de apoio ao time. Nesta altura, chegou à arquibancada a notícia da agressão sofrida por Júlia e que ela estaria em estado grave. Todos nós temos mães, irmãs, esposas e filhas presentes na cancha. A revolta tomou conta de todos e neste instante aconteceu a saída da banda do estádio. Todos indignados com o fato de que uma mulher fora espancada e preocupados em descobrir como estava a situação de Júlia. A decisão da saída foi tomada em conjunto com o Departamento do Torcedor Gremista.
É preciso entender o contexto antes de sair julgando precipitadamente. Mesmo diante desses fatos absurdos, parte da imprensa insiste em ver na Geral a culpada. Como que meios de comunicação de tamanha repercussão divulgam fatos inverídicos sem sequer averiguarem se são verdade? O Ministério Público e o Juizado do Torcedor também parecem não querer ver os fatos ou estão se omitindo de forma proposital.
Punem a Geral com o argumento de estão tirando os marginais dos estádios. Mas na Geral estão advogados, jornalistas, médicos, engenheiros, enfim, trabalhadores com famílias e responsabilidades. E todos pelo Grêmio. Neste caso, estão punindo os torcedores de fé do Tricolor e preservando os verdadeiros marginais, estes sim que provocam tumultos com a Geral desde o começo do ano e que agora resolveram começar a bater em mulheres.
Antigamente, as mulheres não podiam frequentar os estádios com tranquilidade. Eram desrespeitadas e ofendidas. Com a criação da Geral do Grêmio, milhares de torcedoras passaram a ser assíduas no campo. No Olímpico e agora na Arena. Isso tudo porque a Geral respeita as mulheres e elas ficam à vontade para apoiar o Tricolor no setor.
Independente da repercussão injusta dos fatos, seguiremos trabalhando para que a Arena seja um local de festa pra os gremistas.
Jamais nos matarão!"
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