Foi uma das atuações mais constrangedoras e irritantes que já vi do Grêmio. Jogou uma hora com um a mais e levou 2 a 0 fácil do Toluca. Pior, o time nem sequer esboçou reação, não ameaçou, não concluiu, assistiu passivo o passeio mexicano. O Grêmio não honrou sua própria camisa na estreia da Libertadores.
A atuação foi de candidato a eliminado na primeira fase. O torcedor tem todos os motivos para reclamar. Ficou acordado pela madrugada, esperava um time ligado e viu um bando de molengas. Neste início de 2016 o trabalho de Roger Machado da sérios sinais de estagnação.
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A expulsão de um jogador do Toluca, aos 36 do primeiro tempo, prejudicou o Grêmio, que fazia uma partida razoável, tendo criado a melhor chance até então. O torcedor projetava um segundo tempo de pressão, em busca da vitória, mas viu Fred falhar duas vezes, o time levar dois gols e escapar de tomar mais. Levamos um gol com 40 segundos da etapa final. Tudo isso com 11 contra 10.
Para ampliar o desgosto, o gremista insone teve de perder a paciência com aquelas trocas de passes que não vão a lugar algum, que giram nas quinas da área e nada mais. Com um a mais, o Grêmio só finalizou depois dos 40. O Imortal morreu de apatia.
Roger precisa ser cobrado, pois seu time piorou. Diante do Toluca, os erros do Gauchão e da Primeira Liga se repetiram e custaram caro. A derrota em casa para o São José não serviu de alerta. Os erros ocorreram de novo, impulsionadas pela passividade do segundo tempo. O time treina, joga e não evolui.
A bola aérea defensiva está um pavor. Uma freira de saias cabeceia na área tricolor. Fred entrou na vaga de Kadu e comprometeu como o antecessor. Ambos jogam o futebol típico de suas carreiras inexpressivas. Como torcedor, tento acreditar que melhorarão, mas é difícil perseverar.
Wallace Oliveira demonstra porque jogava em um time de quinta categoria da Itália. Marcelo Oliveira é esforço e nada mais. O sistema defensivo, pilar em 2015, virou uma tragédia. Falhou em todos os jogos de 2016, indicação de que vieram reforços fracos e de que a mecânica de jogo peca.
O Grêmio também repetiu a dificuldade de criar, pois segue sem ser incisivo. Ninguém vai ao fundo. Algum torcedor viu um cruzamento similar ao do primeiro gol do Toluca? Esta mecânica tico-tico chamará o fracasso.
A postura foi preocupante. Tivemos um segundo tempo mole. O ímpeto de vencedor passou longe. Luan só cantou o hino, Giuliano repetiu a jornada de toques de lado. Douglas jogou mais do que ambos, pois cavou uma expulsão e pifou Everton. O guri fez o que toda promessa que não estoura faz: perdeu um gol sozinho, quando estava 0 a 0. Ainda assim, Everton é quem mais tenta, respondeu pelas três finalizações de verdade do time.
Foi uma jornada para constranger clube, torcida, direção, comissão técnica e jogadores, assim como foi a derrota para o Zequinha. Impressiona e angustia o gremista a passividade, a falta de indignação já verificada em 2015. Não esperem sangue do time.
A estreia na Libertadores assustou pela confirmação do mau futebol, das falhas e pela apatia. Dá tempo para reagir, mas o Grêmio terá de se reinventar contra a LDU. É urgente colocar esse estilo de jogo e algumas titularidades no divã. Esperar apenas que Bolaños faça a diferença será insuficiente.
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