O Grêmio pode ser punido pelos atos racistas contra Aranha de alguns torcedores na partida contra o Santos, nesta quinta-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. O procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, afirmou a Zero Hora que recebeu por e-mail um adendo do árbitro Wilton Pereira Sampaio relatando o fato - a súmula será atualizada nesta sexta-feira no site da CBF. Na versão original, o episódio não é relatado.
- Já solicitamos imagens e outras provas para análise. A súmula tem um adendo noticiando o fato. O clube poderá responder por infração ao inciso do artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) - afirmou Schmitt.
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Caso seja denunciado pela procuradoria do STJD, o Grêmio seria enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência". O clube, que já foi multado em R$ 80 mil neste ano, por ofensas dirigidas pela torcida ao zagueiro Paulão, do Inter, na decisão do Gauchão, pode perder mandos de jogo ou até ser excluído da Copa do Brasil pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
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Conforme Alberto Franco, procurador-geral do Tribunal de Justiça Desportiva do RS, o ocorrido pode ter desdobramentos ao clube e também à torcedora identificada em imagens capturadas pelo canal ESPN. O fato, exibido em rede nacional, gerou grande repercussão nas redes sociais. O vídeo mostra uma torcedora gritando a palavra "macaco" ao goleiro santista, além de um grupo de gremistas, que gritava "uh, uh, uh" na direção de Aranha.
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- Existem três esferas. A administrativa, que é o Grêmio excluí-la do quadro social; a desportiva, que será julgada pelo STJD, e também a criminal, onde a torcedora responderá, caso identificada - explica Franco.
O assessor de futebol do Grêmio, Marcos Chitolina, afirmou que o clube não medirá esforços para identificar e punir os envolvidos no episódio.
- O Grêmio não é uma instituição racista. Foi um ato individual, a Arena tem as condições de identificar este torcedor. O Grêmio tomará as medidas cabíveis previstas pela lei - garante o dirigente.
A Brigada Militar solicitou o vídeo do incidente à Arena Porto-Alegrense, empresa que faz a gestão do estádio. Com 240 câmeras, sendo 25 delas de alta definição, o sistema de monitoramento grava as imagens em um servidor. Assim, podem ser disponibilizadas ao Grêmio, à Polícia ou ao Ministério Público para averiguações.
O Grêmio, em seu site, divulgou uma nota repudiando o incidente.
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