A fase classificatória do Gauchão acabou no sábado (2) com a definição das duas últimas vagas em aberto. Inter, Grêmio, Guarany de Bagé, Juventude, São José, Brasil-Pel, Caxias e São Luiz garantiram suas vagas nas quartas de final. Na outra ponta, Novo Hamburgo e Santa Cruz foram rebaixados.
Com o encerramento da primeira fase, GZH ouviu repórteres, comentaristas e narradores para elencar jogadores de destaque, melhores times, decepções e surpresas. A grande surpresa, como apontado pela maioria dos cronistas, é o Guarany-Ba, que subiu da Divisão de Acesso e acabou a fase classificatória na quarta posição.
— O elenco é curto, mas o William Campos tem sabido trabalhar bem usando os jogadores em diferentes funções. Do meio para frente, exceto o centroavante Michel, todos os jogadores atuaram em mais de uma função no Gauchão — aponta Cristiano Munari, analista tático de GZH.
A surpreendente campanha do time de Bagé fez com que o treinador do Guarany fosse um dos melhores técnicos da fase. A equipe ficou na quarta posição, com 16 pontos e quatro vitórias.
— Somente com 36 anos, William Campos tem um elenco experiente e com total comando de vestiário, apesar da pouca idade. Ele vivenciou o vestiário, pois foi jogador e sabe bem como funciona gestão de grupo. Além disso, tem no DNA a casamata, seu pai foi o último campeão gaúcho do Interior com Novo Hamburgo em 2017, o saudoso Beto Campos — comenta Tiago Nunes, repórter e narrador da Rádio Gaúcha Serra.
Confira as demais opiniões:
André Silva (repórter de GZH)
O que mais me chamou atenção no Gauchão até aqui é a excepcional campanha do Guarany de Bagé. Time e torcida têm dado um lindo espetáculo nos jogos no Estrela D'Alva e, sem dúvida, o melhor trabalho do campeonato é do único time do Interior bicampeão gaúcho.
Dessa forma, William Campos é o grande treinador do Gauchão. Seu time é muito organizado e, se for considerado o investimento, ele ainda ganha ainda mais pontos nessa avaliação.
Sem dúvida, o melhor trabalho do campeonato é do único time do Interior bicampeão gaúcho
Alguns nomes de destaque são do time de Bagé, como o goleiro Rodrigo Mamá (que defendeu três pênaltis), o zagueiro Micael, o artilheiro Michel e Wilson Jr, "o Mbappé da Fronteira".
Renê, do São José, apenas 20 anos, da base do Zequinha e que já em quatro gols, é outro bom nome e um jogador a ser observado por grandes clubes.
A maior decepção é o Ypiranga. Time que entrou para brigar por G-4 e que chegou no final do campeonato lutando contra o rebaixamento.
Cristiano Munari (repórter de GZH)
O Guarany-Ba é o grande time do Interior no Gauchão. A campanha do time treinado pelo William Campos já merece esse destaque. Com um elenco modesto, é uma equipe organizada tanto na parte defensiva quanto na ofensiva.
O elenco é curto, mas o William Campos tem sabido trabalhar bem usando os jogadores em diferentes funções. Do meio para frente, exceto o centroavante Michel, todos os jogadores atuaram em mais de uma função no Gauchão.
O Guarany-Ba é o grande time do Interior no Gauchão
Além do Michel, artilheiro do Gauchão, se destaca no ataque Wilson Jr., um extrema de força e drible que joga pelos dois lados, e Tony Jr, o segundo atacante com capacidade de criação.
Outro destaque no ponto de vista tático é o São José, o time que tem o estilo mais diferente de jogar no Gauchão. Parte normalmente com três zagueiros, um 3-4-3 e defende com linha de cinco atrás. China Balbino, assim como William Campos, mexe bastante as peças, usando jogadores em diferentes funções. É um time que não joga com um centroavante fixo, aposta na movimentação no setor ofensivo e nos avanços dos alas.
Destaques individuais por posição:
- Goleiros: Gabriel (Brasil), Rodrigo Mamá (Guarany), Fábio Rampi (São José)
- Zagueiros: Micael (Guarany), Rafael Goiano (Avenida), Saulo (Guarany)
- Laterais: Cristian Lessa (Guarany), João Vitor (São Luiz), João Gabriel (Guarany), Raí (Novo Hamburgo), Alessandro Vinicius (São José, atacante de origem, mas tem jogado como ala)
- Volantes: Emerson Martins (Caxias), Gabriel Davis (São Luiz), Anderson Recife (Brasil), Marcinho (Brasil), David (Guarany), Nonato (São José) Mandaca (Juventude)
- Atacantes: Wilson Jr. (Guarany), Michel (Guarany), Anderson Tanque (Novo Hamburgo), Álvaro (Caxias), Gabriel Silva (Caxias), Lucas Barbosa (Juventude)
Eduardo Costa (repórter e narrador de GZH)
Alan Patrick é o destaque principal. O meia teve feito gols e assistências, sendo peça importante no time colorado. Grêmio e Inter demonstraram sua maior capacidade técnica. Além disso, o Juventude teve um bom começo, mas caiu de rendimento na reta final da primeira fase.
A surpresa positiva é o Guarany, comandado por William Campos
O Guarany-Ba e o Brasil-Pel conseguiram demonstrar suas forças e ingressarem na lista dos melhores times. Ninguém apostava no time de Bagé e a campanha é histórica. Excelente trabalho realizado. A surpresa positiva é o Guarany, comandado por William Campos. Por isso, ele é o técnico do Interior.
O Ypiranga é a principal decepção. O time de Erechim não conseguiu repetir as boas campanhas e teve um desempenho muito ruim. O começo irregular do Caxias também foi uma decepção.
Marcelo De Bona (narrador da Rádio Gaúcha)
A decepção é o Ypiranga, que acabou disputando um campeonato para não cair. Muito abaixo da expectativa criada para um time de Série C e que esteve entre os quatro melhores do Gauchão nos últimos dois anos.
Willian Campos, do Guarany, é o técnico destaque do campeonato
Willian Campos, do Guarany, é o técnico destaque do campeonato. Ele levou o time de Bagé a uma classificação improvável às quartas de final.
De jogadores destaco dois goleiros. O jovem Gabriel, do Brasil-Pel, é uma espécie de avalista do time de Fabiano Daitx, que costuma sofrer poucos gols. O experiente Rodrigo Mamá, do Guarany-Ba, também merece destaque com os três pênaltis defendidos no campeonato.
Mauricio Reolon (comentarista e colunista do Jornal Pioneiro/GZH)
A primeira fase do Gauchão deixou clara a distância da dupla Gre-Nal para o Interior. O Juventude, que despontava como terceira força, vacilou nos jogos fora de casa e no Ca-Ju, e ainda vai precisar provar que pode competir nos mata-matas.
Dos times do Interior, quem apresentou um futebol mais consistente foi o São Luiz, que tirou pontos das duplas Ca-Ju e Gre-Nal.
Dos times do Interior, quem apresentou um futebol mais consistente foi o São Luiz
A surpresa, obviamente, é o Guarany-Ba, que tinha como primeiro objetivo a permanência na elite e garantiu uma vaga nas competições nacionais em 2025. Do time de Bagé vem o técnico destaque: William Campos, que conseguiu com um elenco modesto e sem um grande protagonista, estar na parte de cima da tabela.
Nas transmissões realizadas, dos times do Interior, alguns nomes me chamaram a atenção, todos atacantes: Lucas Barbosa, do Juventude; Borasi, do São Luiz; Álvaro, do Caxias; e Wilson Júnior, do Guarany.
A decepção fica por conta do Ypiranga, time de Série C do Brasileiro e que vinha fazendo grandes campanhas no Estadual nos últimos anos, acabou montando um elenco fraco e poucas alternativas de qualidade.
Tiago Nunes (repórter e narrador de GZH)
Neste Campeonato Gaúcho, a grande notícia positiva do Interior é o Guarany-Ba, que faz um grande Gauchão e derrubou um tabu de mais de 50 anos que não vencia o Inter. O clube foi pontual no seu planejamento.
Logo atrás, colocaria também o Brasil-Pel. Apesar das sérias dificuldades e turbulências administrativas que o clube passou em 2023, em campo o time surpreendeu e venceu a dupla Ca-Ju, por exemplo.
O Ypiranga é a grande decepção do Gauchão. Um clube muito organizado, com poder de investimento e com calendário de Série C enfrenta muitas dificuldades em campo. A equipe não conseguiu reagir mesmo após a chegada de Thiago Carvalho, técnico que foi vice-campeão com o Caxias em 2023 do próprio Gauchão.
O grande nome deste Interior é o jovem William Campos
Tem dois nomes que gostaria de destacar neste Gauchão. Primeiro, o grande nome deste Interior é o jovem William Campos. Somente com 36 anos, ele tem um elenco experiente e com total comando de vestiário, apesar da pouca idade. Ele vivenciou o vestiário, pois foi jogador e sabe bem como funciona gestão de grupo. Além disso, tem no DNA a casamata, seu pai foi o último campeão gaúcho do interior com Novo Hamburgo em 2017, o saudoso Beto Campos.
Outro nome que destacaria é de Fabiano Daitx, no Brasil de Pelotas. Mesmo com recursos escassos e dificuldades para contratar, ele foi certeiro na estratégia para o Gauchão e vem dando resultado.
Na minha visão, o Guarany tem três grandes destaques do Interior. Primeiro o goleador Michel. Um dos últimos, se não o último, grande centroavante raiz. Também no Guarany, o goleiro Rodrigo, pegador de pênaltis, decisivo. No Índio, outro é o atacante Wilson Júnior, que está dando trabalho para as defesas nos lados do campo.
Alguns outros nomes, no São José destacaria o jovem Renê. Com apenas 20 anos, já tem quatro gols. Uma das revelações do Gauchão. Por outro lado, tem o experiente goleiro Fábio Rampi, que marcou seu 36º gol na carreira na penúltima rodada pelo Zeca. O lateral-esquerdo Márcio Duarte também teve algumas partidas de destaque do São Luiz, um bom jogador.