Será, entre outras tantas características, um Gre-Nal de reencontros. De amigos ou de oponentes. O clássico 441 possibilitará que velhos conhecidos deem um aperto de mão antes de a bola rolar. Jogadores (e técnico) que estiveram juntos ou em lados opostos. E que agora defenderão suas cores.
No Beira-Rio, às 18h de domingo, JP Galvão poderá dar um abraço em seu ex-companheiro de Fenerbahçe Enner Valencia. Eduardo Coudet terá como cumprimentar seu ex-comandado de Celta de Vigo, indicação sua, aliás, Marchesín.
E a velha rivalidade River x Boca (que por sinal se enfrentam uma hora antes do Gre-Nal) estará presente nos atacantes Lucas Alario, do Inter (e do River), e Cristian Pavon, do Grêmio (e do Boca), que estiveram frente a frente em Buenos Aires. A seguir, um pouco de cada história.
Valencia e João Pedro Galvão
Por mais que vivam momentos opostos em Grêmio e Inter, João Pedro Galvão e Enner Valencia criaram boas memórias na Turquia. Os dois fizeram parte do elenco do Fenerbahçe na temporada 2022/2023. Conquistaram a Copa da Turquia. E estiveram em campo, juntos, 26 vezes, entre os campeonatos nacionais e a Liga Europa.
Os números foram relativamente bons. Segundo o site ogol, a dupla venceu 16 vezes, empatou e perdeu cinco. Valencia marcou 15 de seus 33 gols na temporada quando João Pedro, que ganhou um "Galvão" no Grêmio porque já havia um jogador com esse nome, estava em campo. O atacante tricolor deixou sua marca quatro vezes com o colorado presente.
Na apresentação no Grêmio, ainda no ano passado, JP deu detalhes sobre a relação de ambos:
— Enner Valencia é um grande amigo meu. Convivemos durante toda a temporada passada, e ele teve sucesso. É um jogador de muita qualidade e que nos ajudou bastante. Conversamos bastante antes de ele aceitar uma proposta do Brasil, queria entender como era viver aqui.
Os dois não se encontraram em campo no último Gre-Nal. Enquanto Valencia foi titular e marcou o primeiro gol da vitória por 3 a 2, João Pedro não estava na lista de relacionados para a partida. Desta vez, a tendência é de se encontrarem. A dúvida sobre isso, aliás, está mais com o gremista do que com o colorado. A possibilidade de perder o lugar para Diego Costa é real, e será um dos mistérios de Renato Portaluppi para o clássico.
Pavon e Alario
Quando a bola rolar no domingo, Lucas Alario e Cristian Pavon viverão um momento único. Eles poderão contar às gerações futuras que se enfrentaram por dois dos maiores clássicos da América do Sul (e possivelmente, do mundo). Os dois estiveram frente a frente em Boca x River. E, é a tendência, estarão em campo em algum momento no Gre-Nal 441. Mas há mais do que isso: é pouco lembrado que ambos já vestiram a mesma camisa.
Para o Gre-Nal, porém, a situação do colorado é mais indefinida do que a do tricolor. Ainda em fase de retorno após um período grande de lesão, Alario tem ganhado minutos. Mas deve ficar no banco do Inter, ao menos no início. Pavon, que chegou na semana passada, estreou com gol e assistências pelo Grêmio. Deve ser titular no Gre-Nal.
No superclássico de Buenos Aires, eles se enfrentaram três vezes. O histórico é idêntico: uma vitória para cada lado (ambas por dois gols de diferença e na casa do rival) e um empate na Bombonera. O que pende para o lado de Alario é que marcou duas vezes, enquanto Pavon passou em branco nesses confrontos.
O atacante colorado fez o segundo gol no 3 a 1 do River na Bombonera em maio de 2017. E também empatou em 1 a 1 o clássico no Monumental em dezembro de 2016, que terminou com vitória dos visitantes por 4 a 2. Seis meses antes, no primeiro encontro entre eles, o confronto terminou sem gols na casa do Boca.
A curiosidade é que Alario e Pavon já foram dupla de ataque. Em 2014, Pavon foi emprestado do Boca para o Colon, onde Alario era o centroavante. Na segunda divisão argentina, estiveram em 20 dos 22 jogos da campanha que levou a equipe de Santa Fé de volta à elite.
Marchesín e Coudet
Em seu segundo ano no Celta de Vigo, Eduardo Coudet precisava de um substituto para o goleiro Matías Dituro, que estava deixando a Galícia. A solução foi um compatriota experiente, que garantiria segurança no gol e conhecimento de Europa: Agustin Marchesin, então no Porto.
Passa o tempo e, em janeiro de 2024, o argentino é apresentado como novo titular da meta do Grêmio. Assim, os dois estarão de lados opostos neste domingo. Os 90 minutos do Gre-Nal serão uma pausa na amizade, como disse o goleiro ao chegar a Porto Alegre:
— Coudet é uma grande pessoa, um grande treinador. E já mostra isso há muito tempo. Tenho muito respeito por ele, mas quero ganhar quando nos enfrentarmos. Estamos aqui para vencer.