O Campeonato Gaúcho, que começa nesta quarta-feira (26), promete ser de muitas emoções. Enquanto o Grêmio busca o pentacampeonato seguido, o Inter quer interromper o jejum de quase seis anos sem conquistas. Com a manutenção na Série A, o Juventude está em uma crescente e promete brigar para estar na decisão. Ainda há o reformulado Brasil-Pel e São José e Ypiranga, que depois vão encarar a Série C do Brasileirão.
Também Caxias, São Luiz e Aimoré, que estão na Série D, mas precisam novamente brigar por vagas nacionais. Além destes, o Novo Hamburgo, último time do interior a levantar a taça, quer voltar à Série D. Por outro lado, os recém chegados Guarany-Ba e União Frederiquense querem fazer bonito para permanecer na elite.
Além da taça de campeão, estarão em jogo o título do Interior, três vagas na Copa do Brasil e três vagas no Campeonato Brasileiro Série D. No entanto, os dois últimos na classificação geral serão rebaixados para a Divisão de Acesso em 2023.
Confira como chegam os 12 times para a disputa do Estadual:
O Gauchão, e a chance de uma vida para um grupo de meninos no Grêmio, inicia nesta quarta-feira (26). Apenas 48 dias depois do jogo contra o Atlético-MG que confirmou o rebaixamento, o time reencontrará o torcedor na Arena. Enquanto Vagner Mancini e seus comandados seguem em pré-temporada e em preparação para encarar uma temporada com o foco no retorno para a primeira divisão, o time de transição estará em campo nas duas primeiras rodadas.
Desde os anos 1980 o Inter não ficava tanto tempo sem ganhar o Gauchão. O clube está começando a sexta temporada desde o título de 2016. Desde então, viu o Grêmio erguer o troféu quatro vezes e o Novo Hamburgo dar a volta olímpica em 2017. Continua sendo o dono do maior número de taças, 45 a 40 sobre o maior rival, mas precisa acabar com a incômoda marca.
Detentor do título do Interior, pelo terceiro lugar conquistado no ano passado, o Juventude entra no Campeonato Gaúcho de 2022 em uma realidade diferente. Agora, de fato, como um clube da Série A, após ter disputado e se mantido na competição no último ano, o clube sofre os prós e os contras de estar da elite.
Foram seis anos do Brasil-Pel no Campeonato Brasileiro Série B, com a garantia de bons milhões de cotas de televisão para financiar a temporada. No entanto, com o rebaixamento à Série C no ano passado, o Xavante enfrenta uma realidade diferente e precisou se remodelar financeiramente. Após uma série de renúncias da diretoria executiva, um trio de comando interino começou o processo de reestruturação ainda com a Segunda Divisão em andamento.
Na Primeira Divisão do Campeonato Gaúcho desde 1997, o São José prepara-se para uma nova temporada com a expectativa de brigar posições diferentes do último ano. Em 2021, após um mau início no Estadual, o Zequinha teve de fazer uma campanha de recuperação para fugir no rebaixamento. O mesmo ocorreu na sequência, durante a disputa do Brasileirão Série C. Para este ano, apesar da eliminação nas quartas de final da Copa FGF – Dirceu Castro, a direção do clube do Passo D’Areia optou pela continuidade de trabalho do técnico Pingo, que assumiu a equipe durante a disputa da terceira divisão, e quer se aproveitar desse encaixe para largar em vantagem no Estadual.
O bom trabalho em 2021, que fez o Ypiranga brigar pelo acesso à Série B até a última rodada da Série C, fez o mercado olhar de uma outra forma para a equipe de Erechim. Sendo assim, não foi possível segurar o técnico Junior Rocha, contratado pelo Figueirense, o gerente Renan Mobarack, que está no Caxias, e parte de grupo de jogadores, que também seguiram os caminhos do treinador e do gerente. Por isso, o técnico Luizinho Vieira, que terá sua primeira experiência na Primeira Divisão, foi o escolhido para dar sequência ao trabalho. Ele estava no vizinho Passo Fundo. Junto ao ex-meia, o gerente Farnei Coelho, que ano passado trabalhou no Brasil-Pel.
Desde que retornou à elite do Gauchão, em 2017, o Caxias tem feito boas campanhas. Além dos títulos do Interior, em 2017 e 2019, o clube foi vice-campeão em 2020. Com o quarto lugar na última temporada — somado com as más campanhas dos gaúchos no Brasileirão — o clube grená não estará presente na Copa do Brasil. No Estadual, o objetivo será novamente estar entre os semifinalistas e garantir vaga nas competições nacionais.
As boas campanhas nos últimos anos de Gauchão têm garantido ao Aimoré ao menos a participação em uma competição nacional. Foi assim no ano passado, quando o clube de São Leopoldo participou da Série D, e será novamente agora, mais uma vez na Quarta Divisão. Acreditando no retrospecto do técnico Rafael Lacerda, vice-campeão e quarto lugar com o Caxias em 2020 e 2021, respectivamente, o Índio Capilé vai em busca de algo mais em 2022. Por isso, chegar entre os quatro semifinalistas é a meta estabelecida pela diretoria, algo que não ocorre desde 1966.
Será novamente com Paulo Henrique Marques que o São Luiz buscará fazer bonito no Campeonato Gaúcho. O técnico de 57 anos irá para sua quinta temporada no clube — terceira na elite estadual — e conta com a confiança da diretoria do clube para atingir o principal objetivo do ano, que é novamente assegurar uma vaga no Campeonato Brasileiro Série D, como ocorreu no ano passado. Além disso, se conseguir ser semifinalista, como em 2019, será ainda melhor do que a expectativa inicial.
O Novo Hamburgo foi a antepenúltima equipe a confirmar o comando técnico para o Gauchão, antes de Guarany-Ba e Inter. Fabiano Daitx, de 47 anos, foi anunciado pelo Noia em 15 de dezembro, na sequência do encerramento da Copa FGF, quando o clube ficou com o vice-campeonato e decidiu apostar em uma comissão técnica mais experiente, segundo o presidente Raul Hartmann. Experiência Daitx tem de sobra, já que começou a carreira no Estádio do Vale e rodou o interior gaúcho.
Fundado em 2010, o União Frederiquense é a mais jovem equipe na disputa do Campeonato Gaúcho. No entanto, esta não será a primeira vez na elite. Logo com menos de cinco anos de fundação, o clube participou das disputas de 2015, porém terminou rebaixado. Agora, mais estruturado e com um melhor aporte financeiro, o Leão da Colina espera construir uma história diferente.
Vice-campeão da Divisão de Acesso no ano passado, o Guarany de Bagé está de volta ao Gauchão após 14 anos. Logo após a confirmação do acesso, o clube mobilizou recursos para a manutenção das principais peças e buscar reforços que dessem a experiência necessária ao elenco para brigar pela manutenção na Série A. O principal, porém, é o processo de reestruturação do Estádio Antônio Magalhães Rossell, o Estrela D’Alva, que precisa cumprir uma série de pré-requisitos do regulamento do Campeonato Gaúcho.