O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, revelou na noite desta quinta-feira (2) que a disputa do restante do Gauchão só será viável se ela começar a ocorrer até o dia 26 de julho. Ainda sem a resposta do governo do Estado sobre o protocolo apresentado para que a competição seja disputada neste mês, ele admitiu não ter certeza de que o torneio terá sua fase final realizada após a CBF definir 9 de agosto como data para começo do Brasileirão.
— Não é a FGF quem fixa o prazo para o governo. O governo tem os seus prazos, a sua agenda. Estamos aguardando o que manifestou o governador de nos dar uma resposta até o final desta semana. Tomei a liberdade de informar os órgãos do governo uma readequação das nossas datas prevendo o reinicio da competição não no dia 19, mas em 26 de julho quase como uma data limite para o bom andamento do Gauchão. Depois desta data, vai complicar bastante — admitiu Hocsman em entrevista ao programa Show dos Esportes da Rádio Gaúcha.
O planejamento da FGF é de realizar pelo menos as três últimas rodadas da fase classificatória do segundo turno do Gauchão em julho. Depois disso, Hocsman ressaltou que poderá utilizar datas reservadas para a Copa do Brasil para a conclusão do Estadual.
A disputa do Gauchão em julho corre risco em razão do crescimento dos casos de covid-19 no Estado. Luciano Hocsman ainda espera que o governador Eduardo Leite aceite que o futebol fique fora das classificações das cores das bandeiras do distanciamento controlado para ter os jogos realizados neste mês.
— Não é colocar o futebol em outro patamar, mas é que nós entendemos que o distanciamento controlado pode ser aplicado sobre presença de público no estádio. Sem público, é preciso relativizar, mas essa decisão é dos técnicos do governo. Nós entendemos que, independentemente da cor, é possível ter uma exceção no modelo do Gauchão já que 100% das pessoas envolvidas nos jogos estarão testadas — avaliou.
Confira outros trechos da entrevista de Luciano Hocsman
Possibilidade de realizar jogos no intervalo de 48 horas:
“Se for possível evitar o intervalo de 48 horas será melhor. Será melhor para os atletas e para o nível do jogo. Para mudar, teremos de conversar com sindicato dos atletas, com Ministério Público do Trabalho. A nossa proposição de calendário foi baseada em respeitar essas questões, em termos jogos duas vezes por semana”.
Decisão do Grêmio de treinar fora do RS
“Encaro com muita naturalidade, tanto quanto uma pré-temporada fora do Estado. Não vejo problema nenhum que o Grêmio, Inter e os clubes do Interior pensem em uma solução para resolver os seus treinamentos".
Declarar o Caxias campeão se o Gauchão não for retomado
“Primeiro é preciso entender que o regulamento do Gauchão prevê campeão de um turno contra o do outro em uma final da competição. Independentemente de quem tenha vencido o primeiro turno, o direito que o Caxias tem hoje é de disputar a final. Diante disso, para que essas situações aconteçam, existem outros reflexos. O rebaixamento já foi definido e é uma situação a menos para se pensar, mas o Gauchão dá vaga para competições nacionais. Se não houver possibilidade de terminar o Gauchão, será preciso unanimidade dos clubes porque a decisão terá vários impactos. Para se declarar um campeão, terá de ser definido também o campeão do interior e os classificados para Copa do Brasil e Série D”.