Os antigos diriam que o Campeonato Gaúcho terá de ser definido pelos flancos. No primeiro Gre-Nal das finais do Estadual, com um Beira-Rio quase lotado, o quarteto de laterais surpreendeu e decepcionou ao mesmo tempo. As surpresas ficaram por conta de Zeca e de Léo Gomes. Ainda que Iago e Cortez não tenham ido mal, os laterais-esquerdos do Inter e do Grêmio tinham os desafios mais sombrios: um deles, marcar Everton, o outro, parar Nico López. Em campo, tiveram relativo sucesso. No placar, 100% de aproveitamento. Já Iago e Cortez tinham mais espaços para avançar, mas nem sempre foram acionados, e o meio-campo acabou mais trancado do que a Avenida Goethe em fim de tarde com chuva.
— O fato de os laterais de ambas as equipes estarem no centro das discussões no pós-jogo só mostra o quanto o trânsito pelo corredor central ficou congestionado no Gre-Nal 419. A área mais quente do futebol, por onde se criam as chances mais perigosas de gol, foi tomada pelos zagueiros e meias defensivos da Dupla — afirma o analista de GaúchaZH Gustavo Fogaça.
— Se Zeca e D'Alessandro tinham dificuldades em recompor o lado direito, e Cortez e Everton, mesmo assim, não foram eficientes o suficiente, e se Léo Gomes e Iago não apoiaram tanto quanto deles se espera, passou muito pela disputa acirrada no meio-campo e na entrada do "funil". Ninguém conquistou essa "casinha" para si — entende ele.
E Fogaça faz um elogio aos quatro de zagueiros da Dupla. Para ele, Pedro Geromel, Walter Kannemann, Rodrigo Moledo e Víctor Cuesta foram importantíssimos para ajudar a conter os atacantes.
— Neste aspecto, a imposição física e ocupação de espaços das duplas Moledo-Cuesta e Geromel-Kannemann foi primordial. Junto a isso, o bom desempenho defensivo de Maicon, Matheus Henrique, Lindoso e Edenilson fez da faixa central um lugar não quisto pela bola. Ela buscou os corredores laterais e, por lá, não foi tão feliz — acrescenta o comentarista.
Em cem minutos de clássico, Zeca passou dois grandes sufocos. Um em cada tempo. Na primeira etapa, estava fora de lugar e foi auxiliado pelo dublê de lateral Andrés D'Alessandro (que nesta segunda completou 38 anos de idade). Mesmo assim, viu Cortez invadir a área, erguer a cabeça, observar Everton pronto para marcar e... cruzar para fora. O lance, que provocou um enorme alívio em Zeca, fez Renato Portaluppi jogar com raiva uma garrafinha de água no chão, indignado com o erro de seu lateral.
No segundo tempo, o lateral-direito colorado viu Everton deixar a bola correr, passar voando pela ponta esquerda e só parar nas mãos de Marcelo Lomba. Afora estes dois lances, Zeca cumpriu a sua melhor partida defensiva desde que chegou ao clube, com quatro desarmes certos e três errados.
Pelo lado esquerdo, Iago não chegou a vivenciar os mesmos dramas, até porque o Grêmio deixou Alisson mais preocupado com o serviço de meio-campo do que propriamente com a missão de auxiliar Léo Gomes — o autor do gol na vitória gremista no clássico 418 — no ataque. Iago teve uma boa chegada ao ataque, cujo lance acabou em um cruzamento para a defesa adversária.
Já a atuação de Cortez no clássico foi de altos e baixos. Ainda que tenha errado os três cruzamentos que tentou, o lateral-esquerdo gremista foi bem defensivamente. No lance mais perigoso do Inter no primeiro tempo, foi ele quem evitou que Guerrero chegasse em condições de finalizar e marcar o gol. O peruano ainda tocou na bola, mas chutou sem força e Paulo Victor conseguiu salvar com o pé.
Enquanto isso, Léo Gomes trabalhou mais taticamente. Prova disso é que o lateral-direito tricolor teve a menor posse de bola entre os atletas que atuaram os 90 minutos pelo lado do Grêmio. Mesmo assim, foi o único gremista a acertar um cruzamento no clássico, que acabou não dando em nada.
Nesta quarta-feira, Zeca, Iago, Léo Gomes e Cortez terão um novo desafio. O desafio final do Campeonato Gaúcho.
O Zeca versão santista ainda não desembarcou no Beira-Rio. O lateral (esquerdo) arisco e que era uma arma ofensiva importante em diversas formações da equipe paulista segue um tanto apagado. Porém, no primeiro Gre-Nal das finais do Gauchão, Zeca foi um esforçado marcador. Bem como o seu parceiro de função, Iago. Sem Bruno, lesionado, e que poderia ser uma opção na contenção, a tarefa de Zeca talvez fosse a mais espinhosa do clássico 419: parar Everton. Confira a matéria na íntegra.
O torcedor do Grêmio que se acostumou a ver Léo Gomes marcar gols — tem quatro no ano, dois no Gauchão e dois na Libertadores — e Cortez defender com afinco percebeu a situação se inverter no Gre-Nal 419. No domingo (14), devido à presença de Nico López pelo lado esquerdo de ataque colorado, Léo Gomes pouco subiu ao campo de ataque do Inter. Sobrou para Cortez, porém, a missão de auxiliar Everton nas construções ofensivas. Confira a matéria na íntegra.