2015. O ano em que, finalmente, mostramos que podemos ser civilizados. Dois mil torcedores da dupla Gre-Nal entraram para a história, como o primeiro grupo que chutou para longe a intolerância que, por vezes, é presença cativa nos nossos estádios.
A parceria entre colorados e gremistas, na área da torcida mista do Beira-Rio, escancarou o que todos nós sabíamos há muito tempo, mas que tínhamos dificuldade em se dar conta: a imensa maioria das pessoas que gostam de futebol podem conviver, sim, pacificamente dentro de um estádio de futebol. Lado a lado, literalmente! O Gre-Nal 404 é um marco, que escancarou o que cada um de nós já tinha conhecimento: de que muitas famílias, grupos de amigos ou colegas de trabalho são formados por azuis e vermelhos, que convivem nas suas vidas harmonicamente, que tocam flauta (que coisa mais chata seria o futebol se ela não existisse), mas que, acima de tudo, que se respeitam!
Por que dentro de um estádio as atitudes têm que ser são diferentes? O fato da outra pessoa ser apaixonada por um time diferente do seu não significa guerra, intolerância, violência e agressividade. Rivalidade é muito diferente de inimizade! Inter e Grêmio sempre serão rivais e os dois só são gigantes do mundo da bola porque a grandeza de um impulsiona a do outro.
As inúmeras imagens vistas neste 1º de março começam a sepultar a ideia de que, pela nossa incapacidade de convivência, seria inadiável a implantação de um estádio com torcida única nos clássicos Gre-Nais. Foi um grande passo e há ainda muito para avançar. Só que independente do resultado de campo, todos nós vencemos!
De Fora da Área
Luciano Périco: um grande passo
Gigante da Arquibancada, Luciano Périco, o repórter especializado em ouvir a torcida, ficou emocionado com o que viu: colorados e gremistas confraternizando nas cadeiras do Beira-Rio
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