O presidente da Liga Nacional de Futsal (LNF), Cladir João Dariva viveu múltiplas alegrias no ano passado. Viu mais um edição do campeonato ser concluída com sucesso e, além disso, comemorou o título do Atlântico — o gaúcho também faz parte da direção da equipe de Erechim.
Conforme Dariva, a próxima temporada será de novidades na LNF, que ele afirma estar em franco crescimento. Em entrevista à GZH, o dirigente comentou sobre as verbas distribuídas aos clubes, além da criação de um novo campeonato de abrangência nacional, com mais de 120 times. Confira, abaixo, as projeções de Cladir Dariva para o ano que está começando.
Quais são as ações tomadas pelo Atlântico para manter, em 2024, o mesmo nível técnico que levou a equipe a ser campeã da LNF em 2023?
Contratamos o Gessé, por exemplo, pivô que já jogou conosco e tem uma identidade muito forte com o clube, além de ter uma característica que o nosso técnico impõe ao jogo. Mantivemos todos os nossos atletas, a base principal, pelo menos. O Neguinho está indo embora, mas estão vindo mais dois fixos. Um deles, que é uma grande promessa, é o Deivão, que estava no Joaçaba e sendo cobiçado por muitas equipes. Tem um outro fixo de força, que estava no Praia Clubes, que é o Pedrinho. Já havíamos tentado ele na temporada passada e não tivemos êxito. Agora, ele aceitou. Ele é um dos novos talentos e é muito técnico. E temos mais um reforço por vir, em nível de seleção brasileira. Promete ser uma grande equipe. Essa é a nossa expectativa, com todo o respeito às outras.
Já é possível antecipar quem será esse novo jogador, pivô da seleção?
Ele está acordado conosco. Ele vem do Exterior. No meio do caminho, pode surgir alguma situação, mas ele está acertado para dois anos conosco. Tomara que cumpra o que foi assinado.
A folha de pagamento do Atlântico vai subir para essa temporada?
No ano passado, o nosso orçamento anual ficou em torno de R$ 2,5 milhões, até R$ 2,8 milhões. Em 2024, vai para R$ 3,8 milhões, até R$4 milhões.
Além da Talentos LNF, competição sub-20, o que a Liga tem de novidades para 2024?
A gente tem muita carência de novos talentos. Tem muita gente nova indo para fora do país. Esses novos não têm oportunidade. Estão jogando nas suas cidades, estados, mas não têm uma competição nacional do tamanho da LNF. Além disso, para 2025, vamos criar a Liga de Acesso, com de oito a 12 clubes, podendo chegar até 20 clubes, futuramente. Já é um salto significativo.
A Liga Nacional paga todos os custos para todas as equipes. Tudo. É um outro passado que estamos dando. Também teremos a Copa LNF. A ideia é contemplar 128 clubes em todos o país. Vai ser lançada efetivamente em fevereiro, mas já foi aprovada pelos franqueados na última assembleia, no dia 16.
Esse recurso para custeio das equipes será somente para a divisão principal ou para a Talentos LNF também?
As duas coisas. Os clubes principais vão receber R$ 145 mil em distribuição da LNF para fazer a logística, alimentação. E vão ganhar mais a logística e a alimentação do sub-20. Vão ganhar os recursos para a arbitragem também. Ao todo, serão distribuídos mais de R$ 5 milhões para as equipes em 2024. As equipes vão ter que se preocupar mais com a montagem dos times, para dar uma qualidade ainda maior nas competições. A Liga, baseada no sucesso que está obtendo, tem aumentado o número de investidores. A gente também tem outras novidades, outros investidores, que vamos anunciar até fevereiro.
Como o senhor avalia a criação de uma outra competição nacional, o Campeonato Brasileiro de Futsal, pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), em 2024?
Com a confederação, tínhamos um acordo verbal de que a competição adulta seria da Liga Nacional. Talvez seja até bem-vindo. Vi que tem muitos times do Nordeste. Se vem para agregar, é bem-vindo. Se for transparente, legal. Se vier com toda essa idoneidade, é bem-vindo. Caso contrário, o tempo vai dar a resposta para eles.
Por que se mantém essa divisão na gestão do futsal, entre CBFS e LNF e entre federações e ligas estaduais?
Nós entendemos que temos que ter uma transparência muito grande. Essa falta de transparência que existia no passado e que ainda existe, com troca de CNPJ da noite para o dia, dívidas impagáveis, as grandes equipes não aceitam mais fazer parte disso tudo. Isso faz mal para o futsal. A Liga Nacional está disposta a fazer um acordo. Mas tem que ser um acordo legal, jurídico, transparente, e não da maneira que está sendo feito ao futsal brasileiro. A gente não pegou dinheiro público para fazer o futsal. O franqueado sabe até sobre a caneta que foi comprada. Tem que ser algo juridicamente correto, com transparência absoluta.