Recepção calorosa
A Seleção foi abraçada em Adelaide, no sul da Austrália. E nada melhor do que uma recepção cheia de carinho e incentivo para começar a caminhada na Copa do Mundo com o pé direito. As gurias do Brasil estão do outro lado do mundo desde o dia 4 de julho, mas quando pisaram na cidade, que tem nome de mulher em homenagem a uma Rainha do Reino Unido, passaram a ser seguidas, para lá e para cá, por uma legião de fãs do futebol delas. No aeroporto, no hotel, no treino, no jogo de estreia.
A capacidade do estádio Hindmarsh estava quase completa para ver Brasil e Panamá. Eram 13.142 torcedores e a grande maioria de brasileiros ou australianos apoiando a Seleção. Não há como não se comover com essa mobilização. Uma injeção de ânimo retribuída com uma goleada logo no primeiro jogo.
Invasão gaúcha
Impressionante a quantidade de pessoas nascidas no Rio Grande do Sul e vivendo aqui em Adelaide. Em dois dias, encontramos mais de 50 gaúchos acompanhando a seleção brasileira. A gauchada fez a festa por aqui e foi muito acolhedora. Não só com a delegação do Brasil, mas também conosco, jornalistas. Não pensamos que em um lugar tão distante seríamos chamados pelo nomes. “Kelly, Rodrigo acompanhamos vocês na RBS, que demais ter vocês aqui”.
Fomos chamados pelo nome por nossos conterrâneos. Os irmãos Gabriel e Gustavo nos levaram e buscaram do treino da seleção. O casal Thais e Diego nos trouxe após o jogo do estádio para o hotel. Colorados e Gremistas fardados preparam até um chimarrão para a gente. Disseram que se o Brasil seguir adiante e voltar a jogar em Adelaide, vão nos receber com um churrasco. A gente não precisava desse motivo para torcer pela nossa Seleção. Mas o gostinho da carne assada vai ficar ainda melhor se o Brasil passar para as oitavas em primeiro da chave… “Adeiladucha” que nos aguarde. Voltaremos!
Fuso horário quebrado
A adaptação ao fuso horário é um desafio na cobertura da Copa do Mundo. Como o nosso relógio biológico ainda está adaptado ao horário brasileiro, acordamos várias vezes ao longo da madrugada. Por mais cansados que estejamos, o sono é feito em parcelas. Aliás, Adelaide tem a peculiaridade de ter um fuso "quebrado". A cidade está 12h30min à frente do horário de Brasília.
Febre das Matildas
Apesar de o futebol não estar entre os esportes mais populares da Austrália, nenhum artigo esportivo é mais vendido hoje nas ruas de Adelaide do que a camisa da seleção australiana de futebol. Em qualquer loja do ramo, a camisa das Matildas, como é conhecida a equipe, está exposta sempre com destaque, normalmente, ao lado da camisa da Seleção Brasileira, bastante popular no país
— Isso não é comum. Normalmente vendemos muito mais artigos de rugby e críquete. Mas durante a Copa do Mundo, estamos vendendo muito mais a camisa das Matildas — nos contou o vendedor de uma das lojas.