Após a estreia de luxo na Copa do Mundo Feminina, a Seleção Brasileira desembarcou em Brisbane no início da noite desta terça-feira (25) — manhã, pelo horário de Brasília — para a próxima rodada do Mundial, contra a França, no sábado (29). Nos bastidores, chama atenção a autoconfiança demonstrada pelo grupo depois da goleada de 4 a 0 imposta sobre o Panamá, na segunda (24), em Adelaide. Apesar do favoritismo de outras seleções, como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, o sonho do inédito título mundial parece cada vez menos distante para as brasileiras.
— A gente não esperava uma vitória tão expressiva. O adversário não exigiu tanto, mas a intensidade que a gente impôs no jogo mostra que somos uma seleção que veio pra brigar. Vimos que os placares estavam difíceis e apertados. Grandes seleções empataram ou ganharam só de 1 a 0. Então, conseguir quatro gols na estreia foi muito importante — disse a zagueira e capitã Rafaelle.
Os resultados da maioria dos jogos na Austrália e na Nova Zelândia dão razão à defensora. Considerada uma das favoritas, a Inglaterra venceu o modesto Haiti, no sábado (22), por apenas 1 a 0. Já a Suécia, terceira colocada no ranking da Fifa, bateu a África do Sul por 2 a 1, no domingo (23). O Canadá e a Noruega, por sua vez, seleções de tradição no futebol feminino, não conseguiram superar Nigéria e Nova Zelândia, respectivamente. Esse contexto, aliado à goleada na estreia, reforça a confiança das brasileiras em brigar por algo mais na Austrália.
— Claro que foi só um jogo. Não podemos dizer que somos favoritas apenas por esse jogo. Temos de manter os pés no chão. Mas, após essa vitória, vamos bem mais confiantes. A gente prova para nós mesmas o quão forte somos e o quão estamos preparadas para a Copa do Mundo — completou Rafaelle.
A técnica Pia Sundhage, por sua vez, enaltece a maturidade demonstrada pelas atletas estreantes em Copas, que não sentiram o peso da estreia. O principal exemplo é Ary Borges, autora de três gols e de uma assistência na goleada sobre o Panamá.
— Não sabia exatamente o que esperar, porque algumas jogadoras jovens e inexperientes nunca tinham participado de uma Copa do Mundo. Estou orgulhosa pela forma como jogaram — declarou a treinadora.
O aspecto anímico também é exaltado pelas atletas. Afinal, independentemente das questões técnico-táticas, uma goleada como a da estreia eleva a autoestima e deixa o time mais calejado para jogos mais difíceis, como o duelo com a França.
— Essa tranquilidade vai ser chave para gente fazer um bom trabalho. Mas vamos continuar focadas. Temos que continuar a colocar em campo a nossa técnica e temos confiança nisso — disse a meia-atacante Kerolin.
Com a autoconfiança em dia, o Brasil volta a treinar na tarde desta quarta (26), no Complexo Esportivo de Moreton Bay, em Brisbane. Vetada da estreia por dores musculares, a zagueira Kathellen será reavaliada. Pia ainda terá três treinamentos para definir eventuais mudanças na escalação antes do jogo contra a França, marcado para sábado, às 8h (horário de Brasília), no estádio Lang Park.