Quem cobrava uma atuação convincente da Seleção Brasileira pode se dar por satisfeito depois da vitória da equipe de Tite contra o Uruguai por 4 a 1. Sob os olhares de mais de 12 mil pessoas na Arena Amazônia — a primeira partida com público do time desde a final da Copa América no dia 7 de julho de 2019 —, Neymar, Raphinha, duas vezes, e Gabigol marcaram os gols que mantiveram a invencibilidade brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Suárez descontou para os uruguaios.
Com o resultado, o Brasil viu a diferença para a Argentina, segunda colocada, permanecer em seis pontos. Agora, os comandados por Tite têm 31 e seguem na liderança isolada. A Seleção volta a campo no dia 11 de novembro, contra a Colômbia, em local e horário indefinidos.
Em relação ao time que entrou em campo, o técnico brasileiro fez cinco trocas. A principal novidade foi a entrada de Raphinha, do Leeds United-ING, entre os titulares. O gaúcho foi um dos melhores nas duas últimas rodadas e entrou na vaga de Gabigol, do Flamengo. Assim, fez com que Gabriel Jesus jogasse mais avançado, como um centroavante.
As outras alterações foram na defesa. Ederson virou titular na vaga de Alisson. Éder Militão, que sentiu uma lesão contra os colombianos, deu lugar a Lucas Veríssimo que fez dupla com Thiago Silva — que ganhou a posição de Marquinhos. Por último, Émerson Royal assumiu a lateral-direita no lugar de Danilo.
Desde o primeiro minuto, o Brasil mostrava que o jogo seria diferente das partidas contra a Venezuela e a Colômbia, quando enfrentou dificuldades para conseguir impor o seu ritmo de jogo. Criticado pelas más atuações nas duas últimas rodadas, Neymar assumiu seu protagonismo e comandou as ações brasileiras. Primeiro, arriscou de fora da área, mas parou em Muslera logo aos dois minutos. E não demorou para a Seleção abrir o placar. Aos nove, Fred viu a infiltração do camisa 10, que, dentro da área, dominou, driblou o goleiro adversário e finalizou, marcando seu sétimo gol no torneio classificatório.
Oito minutos depois, Neymar participou mais uma vez da jogada que fez o Brasil ampliar o marcador. Ele bateu da entrada da área, a bola desviou, Muslera bateu à queima-roupa e Raphinha, em sua primeira partida como titular, só teve o trabalho de empurrar para as redes. O jogador do Leeds foi uma das grandes novidades desta convocação e já havia entrado bem contra os venezuelanos e os colombianos.
Com os 2 a 0 já construídos antes dos 20 minutos do primeiro tempo, a equipe baixou o ritmo, mas, mesmo assim, pouco sofreu com o Uruguai. De La Cruz tentou de longe, mas chutou fraco nas mãos de Ederson. O susto maior foi aos 34, quando Bentancur bateu, de chapa, e a bola passou raspando a trave.
A parceria entre Neymar e Raphinha na Seleção explicada em números
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Os lances adversários acordaram, novamente, o time de Tite. Em combinações entre Raphinha e Neymar, o Brasil chegou mais três vezes antes do fim da etapa inicial. Primeiro, Neymar bateu, mas Muslera defendeu. Depois, Raphinha cortou Godín e arriscou, mas o goleiro pegou novamente. Por fim, o camisa 10 fez o passe, o jogador do Leeds deixou passar e Gabriel Jesus chutou para fora.
Em busca de, pelo menos, o empate, o técnico Oscar Tábarez fez três alterações no intervalo. Cáceres, Piquerez e Torreira entraram nos lugares de Nández, Viña e De La Cruz. Mas as substituições uruguaias não fizeram muito efeito.
A pressão brasileira seguiu nos primeiros minutos da etapa final. Neymar, primeiro, e Raphinha, depois, em uma sequência de lances dentro da grande área acabaram parando nas mãos do goleiro Muslera, que evitou um placar ainda mais elástico.
O Uruguai voltou a assustar aos 10 minutos do segundo tempo. Cavani recebeu sozinho e marcou, mas o bandeirinha já havia marcado o impedimento do jogador do Manchester United. No entanto, a felicidade uruguaia não durou muito tempo. Dois minutos depois, Neymar enfiou para Raphinha, que bateu cruzado, a bola ainda triscou na trave e entrou. O gaúcho não deixou dúvidas para quem ousasse criticar a sua convocação.
O gol fez com que as mais de 12 mil pessoas na Arena Amazônia passassem a cantar "olé" a cada vez que a Seleção trocava passes no gramado. Nem as duas trocas feitas por Tite fizeram com que a equipe diminuísse o ritmo. Anthony entrou na vaga de Lucas Paquetá e Gabigol no lugar de Gabriel Jesus. Os dois protagonizaram a jogada que quase resultou no quarto gol brasileiro. O primeiro driblou o marcador e achou o segundo dentro da área, mas Muslera salvou, de novo.
Já com o resultado encaminhado, Tite fez mais duas trocas. Fabinho, já com cartão amarelo, deu lugar a Douglas Luiz e Raphinha, que saiu sob aplausos, saiu para a entrada de Everton Ribeiro.
Aos 31 minutos, o Uruguai enfim conseguiu descontar. Piquerez sofreu falta de Anthony na entrada da área, Suárez bateu no canto de Ederson e conseguiu vencer o goleiro brasileiro. A Seleção voltou a assustar o gol de Muslera e ampliou o placar. Neymar voltou a aparecer, cruzou na cabeça de Gabigol que tocou e contou com a falha do arqueiro para fazer o quarto, dando números finais ao jogo.
Eliminatórias — 12ª rodada — 14/10/2021
Brasil 4x1 Uruguai
BRASIL (4)
Ederson; Emerson Royal, Lucas Veríssimo, Thiago Silva e Alex Sandro; Fabinho (Douglas Luiz, 25’/2ºT), Fred (Edenilson, 42’/2ºT), Lucas Paquetá (Anthony, 15’/2ºT) e Raphinha (Everton Ribeiro, 25’/2ºT); Neymar e Gabriel Jesus (Gabigol, 15’/2ºT). Técnico: Tite.
URUGUAI (1)
Muslera; Nández (Cáceres, INT), Coates, Godín e Viña (Piquerez, INT); Vecino (Torres, 19’/2ºT), Valverde, Bentancur Gorriarán, 26’/2ºT) e De La Cruz (Torreira, INT); Cavani e Suárez. Técnico: Óscar Tabarez.
Gols: Neymar (B), aos nove minutos, Raphinha, aos 17 do 1º tempo e aos 13 do 2º tempo, e Gabigol, aos 39 do 2º tempo. Suárez, aos 31 do 2º tempo.
Cartões amarelos: Fabinho (B), Cavani (U) e Valverde (U)
Arbitragem: Fernando Rapallini, auxiliado por Juan Bellati e Diego Bonfa. VAR: Mauro Vigliano (quarteto argentino).
Público: 12.528 pessoas
Renda: R$ 2.943,725,00
Local: Arena Amazônia, em Manaus.