Passado o fim de semana tenso vivido em Montevidéu, onde se especulou a troca no comando técnico da seleção nacional e a possível contratação de Diego Aguirre, começaram a vazar os detalhes da reunião realizada na sede da Associação Uruguaia de Futebol (AUF).
Em entrevista concedida à Rádio Sport 890, Celso Otero, auxiliar de Óscar Tabárez, declarou que em nenhum momento foi posta à mesa a possibilidade de demissão.
— Perdão, mas vimos um circo midiático que se gerou em torno desta reunião — disse ele — Foi uma reunião oportuna para fazer um ponto a ponto de um montão de coisas que precisávamos falar com os dirigentes, e terminou sendo um debate público que nos deu a oportunidade de ver a dimensão da figura do professor Tabárez a nível internacional — emendou.
Apesar das declarações do profissional, a informação divulgada no país é que a permanência da atual comissão técnica se dará apenas pelas duas próximas rodadas das Eliminatórias, quando o Uruguai enfrentará Argentina e Bolívia, em novembro. Otero desmentiu.
— Ouvi dizerem que, na reunião, deram a Tabárez dois jogos mais. Mas posso dizer enfaticamente que isso não aconteceu. Simplesmente, compartilhamos informações, buscamos afinar certos aspectos da questão esportiva e de logística para as próximas partidas, que serão mais difíceis ainda. Isso que aconteceu — rebateu o auxiliar.
Um dos pontos levantados pela imprensa uruguaia para justificar a mudança é que os próprios jogadores, que atuam em grandes clubes europeus, teriam contestado a metodologia de trabalho do treinador. Aos 74 anos de idade, Tabárez está à frente da seleção desde 2006. Sobre isso, Otero também foi enfático na negativa.
— Não necessitamos do respaldo dos jogadores por que sabemos com quem contamos. É por causa deles que confiamos que podemos ir ao Mundial. Dos jogadores, a única coisa que queremos, é que estejam conosco na hora de entrar em campo. Não consideramos que seja necessário que o plantel se manifeste a nosso favor. Já sabemos o que eles querem da gente — avaliou.
Por fim, questionado sobre o estado de saúde do treinador, que sofre da Síndrome de Guillain-Barré e, por isso, anda com a ajuda de uma bengala, o auxiliar tranquilizou:
— Na reunião, os dirigentes também me perguntaram sobre isso e eu deixei claro que podem contar com Tabárez para o que começamos: levar o Uruguai ao Mundial e terminar o contrato que iniciou em 2018 e termina em 2022. Penso que ele está fazendo um esforço grande para liderar este grupo e dar ao Uruguai a melhor imagem possível — finalizou.