Longe dos Mundiais desde 1990, o Egito passou por uma reinvenção na sua maneira de jogar. O futebol ofensivo, característico dos faraós, deu lugar a um estilo de jogo defensivo e pragmático. Deu certo. Tomando poucos gols e, às vezes, jogando feio, os egípcios estão de volta à Copa do Mundo. E o nome da revolução atende por Héctor Cúper, famoso técnico argentino que ficou mais de uma década longe dos holofotes.
No início dos anos 2000, o treinador foi vice-campeão da Liga dos Campeões por duas vezes consecutivas com o Valencia, da Espanha. Na Internazionale, teve um desentendimento com Ronaldo. Depois, Cúper "sumiu" do cenário dos grandes clubes. Agora, reaparece como líder de um time forte e que tem boas condições de passar de fase no Grupo A, onde está ao lado de Rússia, Uruguai e Arábia Saudita.
Apesar dos bons resultados, Hector Cúper sofre muitas críticas dos egípcios pelo futebol feio apresentado e pela mudança brusca na forma de jogar da equipe. Quando conquistou a Copa Africana de Nações em 2010, por exemplo, o ataque do Egito foi avassalador, marcando 15 gols em seis jogos. No entanto, o treinador prefere adotar a eficiência em vez de querer dar show.
Um dos segredos para a solidez defensiva é a dupla de volantes. Os meio-campistas Mohamed Elneny, 24 anos, do Arsenal, e Tarek Hamed, 27 anos, que atua na equipe local Zamalek, funcionam como dois cães de guarda, que protegem de forma eficiente a dupla de zaga formada por Ahmed Hegazy, do Al Ahly, e Ali Gabr, também do Zamalek.
O astro do time é o atacante Mohamed Salah, 24 anos, em excelente momento pelo Liverpool. Veloz, driblador e artilheiro, o jogador vem atuando como meia-atacante aberto pela direita e marcou cinco gols nas eliminatórias africanas, sendo o artilheiro da equipe no torneio.
Merece destaque também o meia Mahmoud Hassan, 22 anos. Chamado popularmente de “Trezeguet“, pela semelhança com o ex-atacante francês, o jogador do Mouscron, da Bélgica, não é tão técnico, mas faz o que os treinadores chamam de “um trabalho tático importante” e costuma proteger com eficiência o lateral Karim Hafez no flanco esquerdo. O articulador de jogadas do time, é o meia Abdullah Said, 31 anos, do Al Ahly, que costuma marcar gols importantes.
O eterno goleiro El-Hadary, 44 anos, irá se tornar, no instante em que entrar em campo contra o Uruguai, no dia 15 de junho, se tornará o jogador mais velho a atuar em uma Copa do Mundo, superando o goleiro colombiano Mondragón, que jogou o Mundial 2014 com 43 anos.
O time-base do Egito, no esquema 4-2-3-1, tem: El-Hadary; Fathi, Rabia, Hegazy e Abdelshafi; Elneny e Hamed; Salah, Said e Sobhi; Ahmed Hassan.