De forma secreta, o jornal Daily Record se infiltrou nos locais onde os operários das obras para a Copa do Mundo de 2022 trabalham e moram. Na reportagem, o diário inglês afirma que jovens saudáveis estão morrendo de ataques do coração por conta de exaustão e de temperaturas acima de 40 graus, no Catar.
Na semana passada, o Mirror já havia denunciado as péssimas condições dos trabalhadores, além da morte de 1.200 pessoas. Em setembro de 2013, foi a vez do Guardian mostrar as condições sub-humanas da preparação para o torneio.
A publicação deste domingo também indica a presença de trabalho escravo. Alguns operários não estariam recebendo salários e teriam os passaportes confiscados para não retornarem aos seus países de origem. A maioria é imigrante da Índia, Nepal, Sri Lanka e Bangladesh, nações bem mais pobres comparadas ao país-sede de 2022.
O jornal inglês descreve os alojamentos dos trabalhadores, mencionando o cheiro de esgoto constante, refeições precárias e locais onde dormem até 12 pessoas num pequeno espaço.
A reportagem do "Daily Record" fez o secretário internacional do Trabalho, Jim Murphy, se manifestar. Ele cobra medidas com urgência:
- Como Catar se prepara para 2022, o abuso tem que parar. O futebol não pode tolerar uma Copa do Mundo construída nas costas dos trabalhadores, com abuso, miséria e sangue. Em meus encontros com os responsáveis do Catar 2022, eles fizeram algumas grandes promessas de mudança. Após esta investigação, é urgente que eles se pronunciem. À medida que o trabalho começa nos estádios, a pressão internacional tem de ser intensificada. A Fifa deve agir rápido.