Um debate ganhou corpo desde a manifestação de Renato Portaluppi em entrevista ao SporTV. O técnico defendeu que por conta do prejuízo técnico dos times gaúchos com a situação de calamidade que o Rio Grande do Sul enfrenta, a CBF deveria tomar a decisão de cancelar o rebaixamento. Desta forma, o campeonato deste ano terminaria sem nenhuma das 20 equipes na Série B em 2025.
— Não sei qual é o plano para os gaúchos. Mas é uma solução que precisa partir da CBF. Sou a favor de que pare o Brasileirão ou que ninguém seja rebaixado. Os três clubes gaúchos serão muito prejudicados. Infelizmente, a coisa ficará feia para os clubes do Rio Grande do Sul
Essa foi a posição defendida pelo técnico, mas a questão só será decidida no Congresso Técnico do Brasileirão convocado pela CBF para o dia 27 de maio.
Confira a opinião dos jornalistas consultados por GZH:
Rogério Corrêa, narrador da Globo
"Sou favorável, embora ache difícil de ser viabilizada, por causa do calendário ainda mais apertado no ano que vem. A fórmula do Brasileirão teria que mudar".
Grafite, comentarista do Grupo Globo
"Acho que vai ser difícil Grêmio, Inter e Juventude conseguirem voltar no nível do campeonato que estava. A dificuldade do povo gaúcho é muito complexa, muito difícil imaginar tudo isso que está acontecendo. Eu sou a favor. Já aconteceu isso em 2000, com a Copa João Havelange, na época ainda não eram 20 clubes, eram 24, aí teve uma João Havelange que ninguém caiu em 2000, o Santa Cruz foi beneficiado, jogou a Série A em 2001. Eu acho importante, mas tem que ser conversado, tem que ser organizado entre todos".
Paulo Calçade, comentarista da ESPN
"A minha posição é contrária, pelo seguinte, o estado do Rio Grande do Sul vive uma tragédia sem precedentes e nós sabemos disso. Agora, como resolver os problemas que surgirão em função de tudo o que ocorreu? No caso do futebol, especificamente falando, arranjar novos problemas para resolver o outro não faz sentido. Então, isso teria um impacto que geraria danos em todas as divisões do campeonato brasileiro e no futebol brasileiro. O nosso calendário não tem margem para nenhum tipo de acordo. Já é um calendário que vive no limite do limite do limite. Então, aumentá-lo não faz nenhum sentido. Não há datas, não tem como fazer um campeonato com Libertadores, com Copa do Brasil, com campeonato estadual, não tem como fazer isso. Infelizmente, o calendário brasileiro não permite, a menos que a gente aumente o ano para 14 meses. É como fazer isso, é impossível. Então, eu entendo a tragédia, a dimensão dela, mas nós não podemos encontrar soluções que gerem outros problemas e, no caso do futebol brasileiro, o brasileiro é inviável".
Sérgio Xavier Filho, comentarista da SporTV
"Sou contra, e olha que eu era super a favor ao passe livre, digamos, na Série A para a Chapecoense, porque era uma circunstância completamente diferente. Eles perderam todo o time, e precisavam reconstruir, ia ser muito complicado. Grêmio e Inter perderam, momentaneamente, seus estádios, por um tempo. Então, eu acho que não há comparação entre uma situação e outra. E num campeonato que está mais para o início. Então, dá para recuperar, eu acho que tem que ter uma boa vontade em outros aspectos, de agenda, porque os jogos da Dupla vão ficar mais acumulados, mas para por aí. Acho que essa história do rebaixamento não me parece fazer nenhum sentido. E acho também que dá um pouco a entender que o Renato estava querendo desviar o assunto".