As cenas de vandalismo de parte da torcida do Santos, arremessando bombas no campo da Vila Belmiro no fim do clássico com o Corinthians, na noite de quarta-feira (21), podem trazer mais problemas para a equipe santista. De acordo com o procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Ronaldo Piacente, o Tribunal já estuda medidas contra o Peixe.
— A Procuradoria pode pedir a interdição do estádio, também manter jogos com portões fechados. Agora já pediram uma liminar ao presidente do STJD, que são medidas imediatas. Haverá, provavelmente, um pedido da Procuradoria para a interdição ou (será) já imediatamente fechado — disse Piacente, em entrevista ao canal ESPN.
A denúncia, que deve acontecer nesta quinta-feira (22), deve ter como base o artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que menciona a "repressão a lançamentos de objetos em campo, atos de desordem, invasão de campo ou local de disputa de um evento esportivo".
De acordo com o regulamento, a equipe pode ser multada em até R$ 100 mil e também existe a possibilidade de perder até 10 mandos de campo. O Santos perdeu para o Corinthians por 2 a 0, resultado que põe em dúvida a continuidade do técnico Odair Hellmann no clube.
Presente na Vila Belmiro para acompanhar o clássico, o presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, cobrou ações para que as cenas de vandalismo não se repitam.
— Lamentável. É muito triste o que a gente vem vivendo nos últimos meses dentro do futebol com protestos e agressões. Hoje, mais uma vez aqui na Vila. A gente teve esse problema no ano passado na Copa do Brasil, inclusive, o Cássio até chegou a ser atendido (pelos médicos). Eu entrei correndo para falar com o delegado do jogo para que ele avaliasse a segurança para o jogo continuar — disse o dirigente.
— Como vivemos isso aqui há uns meses, a gente se preocupa com a segurança do torcedor, dos jogadores e todos nós que estamos aqui a trabalho. Eu só tenho a lamentar e espero que as providências sejam tomadas. Isso precisa acabar, está na hora. Precisa ter ações mais duras para que a gente possa evitar esse tipo de coisa — completou.