Depois de ter a festa adiada na terça-feira (30), por conta da vitória do Flamengo sobre o Ceará, por 2 a 1, o Atlético-MG venceu o Bahia por 3 a 2, de virada, nesta quinta-feira (2), em Salvador, e confirmou o título do Brasileirão, feito que não alcançava desde 1971. Com o bicampeonato, os mineiros acabam com o maior jejum entre todos campeões da competição mais importante do futebol brasileiro.
Mas a conquista parecia que não seria celebrada nesta noite. Isso porque após um primeiro tempo sem gols, o Bahia abriu 2 a 0 já no segundo tempo, com gols de Luiz Otávio, aos 16 minutos, e Gilberto, aos 20. A festa dos donos da casa, porém, durou pouco. Sasha sofreu pênalti e Hulk descontou, aos 27. No minuto seguinte, Keno deixou tudo igual. Aos 32, novamente Keno marcou para decretar a vitória do Galo de virada na Arena Fonte Nova.
A taça, assegurada com antecedência, era uma obsessão da equipe de Belo Horizonte, que investiu forte para desbancar Flamengo e Palmeiras, vencedores nas últimas três edições do campeonato. Líder desde a 15ª rodada, a equipe soube superar a frustrante eliminação na Libertadores, outro sonho atleticano, e somar, até o momento, 81 pontos. São 25 vitórias, seis empates e apenas cinco derrotas. O aproveitamento é de 75%.
A campanha atual, que ainda pode chegar a números maiores, coloca o Atlético-MG com o segundo melhor desempenho desde 2006, quando o Brasileirão, disputado por pontos corridos, começou a contar com 20 participantes. Apenas o Flamengo, com 90 pontos em 2019, aparece na frente. O Galo ainda enfrenta o Bragantino, no domingo (5), em Belo Horizonte, e o Grêmio, na quinta-feira (9), em Porto Alegre.
Sob o comando de Cuca, o mesmo técnico vitorioso da Libertadores, em 2013, e com Rodrigo Caetano, ex-Inter, como diretor-executivo, o Atlético-MG foi atrás de jogadores de renome, como Nacho Fernández, do River Plate, Diego Costa, com passagens por Chelsea e Atlético de Madrid, e Hulk, com presença na Seleção Brasileira e que estava no futebol chinês. Vale o destaque também para atletas que já faziam parte do elenco, como o goleiro Éverson, o zagueiro Junior Alonso, o volante Jair, o meia Zaracho e o atacante Keno.
Fica difícil não citar Givanildo Vieira de Souza como o nome do bicampeonato do Atlético-MG. Depois de um começo conturbado, Hulk, como é mais conhecido, soube assumir o papel de protagonista. Artilheiro do campeonato, com 18 gols marcados, ajudou também com se assistências. A importância dele foi atestada por Cuca, que defende que ele seja escolhido como craque do Brasileirão:
— Ele está num ano mágico. É um jogador de 34 anos, 35 anos, que corre igual uma criança, treina todo dia. Casou como uma luva aqui com o Atlético-MG. Não sei se está fazendo mais bem pra ele do que para o Atlético-MG. Acho que para os dois. Então merece, sim, o título de ser o melhor jogador do Brasileirão.
Antes de encerrar a temporada, o Atlético-MG tem a chance de dar mais uma volta olímpica. Na decisão da Copa do Brasil, o adversário é o Athletico-PR, que também chega com moral pelo triunfo na Sul-Americana. A partida de ida, no Mineirão, está marcada para o dia 12 de dezembro. Três dias depois, o campeão será definido na Arena da Baixada.
Os números da campanha do Atlético-MG
- 36 jogos
- 25 vitórias
- 5 derrotas
- 6 empates
- 75% de aproveitamento
- 60 gols marcados (segundo melhor ataque)
- 27 gols sofridos (melhor defesa)
- Melhor mandante (16 vitórias em 18 partidas)
- Melhor visitante (9 vitórias em 18 partidas)
- Artilheiro: Hulk, com 18 gols