Foram apenas três jogos de comando de Jair Ventura, mas o técnico do Corinthians já deixou clara a importância que um jogador terá em seu time. Com dificuldade na criação de jogadas, o treinador tem montado a estratégia em torno da técnica e do refinamento de Jadson, que vive uma de suas melhores temporadas no clube.
Jair Ventura estreou contra o Palmeiras e não alterou a formação que vinha atuando com Osmar Loss, seu antecessor. Assim, Jadson jogou na meia atrás de Roger, com mesmo posicionamento e função. Isso mudou a partir do duelo contra o Flamengo pela Copa do Brasil, no Maracanã.
Sem Roger, que não pode disputar a competição, Jair apostou em Jadson mais à frente, com dois pontas abertos e um meio com três volantes. O principal ponto da escola é o posicionamento do camisa 10 e sua função no time. Quase como um falso 9, ele não tem tanta obrigação na marcação, a não ser o combate nos zagueiros. Fica livre para flutuar. Explica-se: aos 34 anos, o jogador já não tem mais o vigor físico para cumprir taticamente, e mais perto do gol, na visão de Jair, pode ser mais decisivo.
Foi assim contra o Sport no último domingo na Arena. O camisa 10 anotou um gol na vitória por 2 a 1. Nessa partida, Roger atuou como referência, mas não alterou tanto a posição de Jadson. E para o próximo domingo, contra o Internacional, de novo na Arena, Jair voltará a usar o camisa 10 como o homem mais adiantado. O centroavante será reserva. Jair, inclusive, orientou outros jogadores a auxiliarem Jadson na criação. Por isso escalará o jovem Mateus Vital, além de Romero e Clayson pelos lados.
Nos números, Jadson justifica a aposta de Jair, sendo o principal jogador do time na temporada. Ele é o artilheiro com 13 gols e líder em assistências, com dez. Marcou mais que Romero, que tem 12, e deu mais passes que o paraguaio e Rodriguinho, já fora do clube, ambos com oito assistências. Além disso, dos últimos oito gols do time, ele participou de seis.
— Jadson é aquele camisa 10 clássico, que está em extinção. É o da da bola parada, do último passe. Ele tem facilidade em achar os companheiros até em situações com três volantes. Fez um gol lindo, de canhota. Não vai conseguir ser decisivo em todos os jogos, mas quando consegue tem sua importância - afirmou após a última partida.
No próximo domingo, contra o Inter, na Arena, Jadson será novamente a grande aposta do técnico para ganhar o jogo.