A reintegração de Felipe Melo, acima de tudo, encerra um possível problema jurídico entre Palmeiras e o jogador, que notificou o clube extrajudicialmente durante o período afastado. Resolvido o principal ponto do caso, o próximo passo é lidar com o retorno da convivência entre ele e Cuca.
Havia o temor de que, caso seguisse trabalhando em horários alternativos, Felipe abrisse um processo, conseguisse a rescisão na Justiça e uma indenização alta - só de luvas, o jogador tem quase R$ 7 milhões a receber até o fim do contrato, em dezembro de 2019. No Verdão a ideia é de que agora o caso está resolvido.
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Felipe treinará com o grupo e dependerá apenas de Cuca o próximo passo - escalá-lo ou não. Na segunda, ele ainda fez atividades físicas na parte interna da Academia de Futebol, mas em mais alguns dias deve ter condições de trabalhar no campo. A menos que convença o treinador de que pode mudar seu estilo de jogo, com marcação mais próxima, em vez do estilo por zona, e principalmente mude o comportamento, o camisa 30 não deve jogar. A diretoria não irá interferir nesta escolha, ao mesmo tempo em que o volante tem dúvidas se precisa fazer algo diferente.
- Tenho 34 anos, como vou mudar meu jeito? De repente (jeito) de jogar pode ser, para tentar algo importante. Mas mudar o jeito é quando a coisa está dando errado. E não tenho problema com ninguém aqui. Desde o presidente até o funcionário que cuida da grama, trato bem, com humildade. Por isso sou querido aqui dentro - explicou.
Durante sua entrevista, o meio-campista disse que colocou os "pingos nos is" com o treinador, com quem teve problemas especialmente depois da eliminação na Copa do Brasil. Ele chegou a escorregar ao falar que não pediu perdão ao técnico, mas depois foi ao Twitter para explicar que se desculpou duas vezes. A repercussão foi dividida, com muitos criticando as explicações do palmeirense.
Chamado de mau caráter, mentiroso e covarde pelo atleta em um áudio vazado, Cuca queria sua saída, mas sem proposta e com a ameaça de um processo, acabou aceitando sua volta ao grupo. Felipe retirou as ofensas, que não "foram de coração", segundo ele.
Entre os jogadores, o senso comum é de que a decisão da reintegração não trará problemas ao vestiário, reação pacífica que seria a mesma caso ele o volante fosse desligado de vez, avaliam. Felipe não é tratado como "laranja podre", crítica a qual o próprio meio-campista rebateu durante a entrevista.
Embora seu contrato vença só no fim de 2018, Cuca ainda não tem permanência garantida para a temporada que vem. Até por isso, Felipe pode terminar o semestre treinando e receber uma oportunidade apenas no próximo ano. Ao menos durante sua entrevista de retorno, ele diz que este não é seu atual foco.
- A minha ideia agora é a permanência na Libertadores. Temos de correr para estar na Libertadores ano que vem, tirar o máximo de pontos do Corinthians. Minha ideia é ajudar o clube da melhor forma - encerrou.