Por conta das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, 28% das escolas estaduais ainda não voltaram às aulas. A informação foi confirmada pela secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, em entrevista à Rádio Gaúcha neste domingo (19). De acordo com ela, dos 750 mil alunos da rede estadual, 194 mil não devem retomar as atividades tão cedo, uma vez que 40 escolas precisam ser reconstruídas ou realocadas.
Ao total, mais de 1,6 mil, ou seja, 72% das escolas, já voltaram a funcionar normalmente. Segundo a secretária, outras quase 35 escolas de Porto Alegre deveriam voltar às aulas na próxima segunda-feira (20). Mesmo estando em condições de retorno, Raquel afirmou que o serviço de meteorologia aconselhou adiar a retomada.
— A gente observa amanhã (segunda-feira). Provavelmente, retornaremos na terça-feira (21), no máximo quarta (22) — garante a responsável pela pasta. Além das instituições da Capital, escolas das Coordenadorias Regionais de Educação de Rio Grande e Canoas também não retornaram.
Para Raquel, a maior preocupação são os 194 mil alunos que ainda não têm data para retomarem as atividades. O Rio Grande do Sul conta com 40 escolas que precisarão ser reconstruídas e realocadas. Algumas delas, como a Escola Estadual de Ensino Médio Mariante, em Venâncio Aires, contarão com espaços alternativos para atender os alunos enquanto a situação está indeterminada. Outras, principalmente as localizadas no Vale do Taquari e em Eldorado do Sul, por exemplo, não terão essas opções.
A secretária ressaltou, ainda, que as condições de retorno precisam ser atendidas para que as escolas possam voltar a funcionar normalmente. Isso significa que, além da instituição estar segura, é necessário que o espaço conte com todos os equipamentos e com a participação de professores e funcionários. Além disso, a equipe tem de estar preparada para receber os alunos traumatizados, pronta para acolher e inspirar.
— Desde o início temos produzido muito material de aconselhamento, de sugestão para professores e diretores, de como fazer esse acolhimento. E estamos preparando também muito material, porque, em algum momento, vamos ter que fazer a reposição, a recomposição das aprendizagens e teremos um calendário escolar bastante desafiador — acrescentou.
Raquel explicou que algumas escolas seguirão o calendário original do início do ano, mas outras, aquelas que ainda não retornaram ou que voltaram às aulas em épocas diferentes, precisarão reorganizar as datas. Ela lembrou que o ano escolar foi flexibilizado e o Rio Grande do Sul não precisa mais cumprir os 200 dias letivos. Para a secretária, isso facilita, mas não resolve o problema.
— Porque eu estou menos interessada na burocracia do cumprimento os 200 dias do que no conhecimento que o aluno tem que adquirir. Agora, é claro que nos dá uma flexibilidade de complementar a aula presencial com aula híbrida, com aulas gravadas, com vídeos, com atividade de pesquisa, atividade de grupo — pontuou.
Os dados são atualizados frequentemente nesta ferramenta do governo do Estado. Às 18h deste domingo, eram 178.027 sem previsão de retornar às aulas.