Há uma revolução no mundo do trabalho eclodindo ao seu redor, mesmo que você não saiba. E os limites estão sendo forçados por um contingente de ferramentas digitais cada vez mais aprimoradas, softwares e aplicativos que reivindicarão atividades exercidas por humanos. Esse fenômeno tem sido apresentado e discutido em Zero Hora, Rádio Gaúcha e GaúchaZH há mais de um mês dentro da série Ideias para o Futuro.
Na abertura da série, na edição de final de semana dos dias 17 e 18 de março, foi revelado como robôs, algoritmos e equipamentos dotados de inteligência artificial transformam, agora mesmo, o mercado de trabalho. Estudo do Fórum Econômico Mundial estima que, nos próximos três anos, a Inteligência Artificial (IA) ceifará 7,1 milhões de postos de trabalho em todo planeta.
Na outra ponta, 2 milhões de vagas serão criadas em áreas relacionadas à tecnologia e à computação. Ao longo de um mês, durante a série, artigos e entrevistas propuseram um debate com advertências e propostas de especialistas nacionais e internacionais, como a economista italiana Glenda Quintini, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e o pesquisador Federico Pistono, autor do livro Os Robôs Vão Roubar Seu Emprego, Mas Tudo Bem. Trabalhos repetitivos, eles apontam, são os que correm mais perigo.
– O ser humano é mais lento e suscetível a erros do que um robô. Conforme as tecnologias avançarem e baratearem custos, tarefas mais repetitivas, mecânicas, serão executadas por máquinas – projeta Ricardo Basaglia, diretor executivo da consultoria de recrutamento Page Personnel.
Mas alguns estudiosos enxergam a atual onda de automação como um ensaio para algo maior, que atingirá até as atividades complexas, realizadas exclusivamente por humanos.
– A IA já desenvolve sistemas que captam quantidades enormes de informações em seu ambiente e alteram seu trabalho. Ou seja, aprendem e se adaptam como seres humanos – afirma Luís Lamb, pró-reitor de Pesquisa da UFRGS e Integrante do Comitê Gestor da Comissão Especial em Algoritmos, Combinatória e Otimização da Sociedade Brasileira de Computação (SBC).
Sistemas cognitivos já começaram a guiar carros autônomos e a gerar softwares de composição de ambientes capazes de decorar a sala de jantar. O que quer dizer que inclusive médicos, fotógrafos, motoristas de aplicativos e arquitetos devem ficar atentos. A seguir, ZH apresenta uma série de trabalhadores e também estudantes, de áreas como o direito, a contabilidade e até a filosofia, que não ficaram parados.
Da criação de um e-commerce à reinvenção no plano de carreira, passando pela reestruturação total de um escritório, os exemplos são muitos – e diversificados. Podem servir de inspiração.
A tríplice aliança da inovação na Capital
Neste mês, UFRGS, PUCRS e Unisinos firmaram acordo para transformar Porto Alegre em um polo de novos empreendimentos de base tecnológica e startups. A missão é atrair novos investimentos e reter talentos da região. Veja os pilares em cada universidade:
Tecnosinos – Parque Tecnológico de São Leopoldo
Com mais de 10 anos de atuação, fomenta novas economias das áreas de TI, automação e semicondutores, tecnologias para a saúde e socioambientais, comunicação e convergência ambiental. Há 108 empresas instaladas,com sete países, além do Brasil, representados: Alemanha, Coreia do Sul, Índia, México, França, Suíça e Suécia.
Tecnopuc – Parque Científico e Tecnológico da PUCRS
Completa 15 anos de atuação em 2018, tendo mais de 150 empresas instaladas junto ao campus da PUCRS em Porto Alegre e no Tecnopuc Viamão. Mantém convênios de colaboração e interação com mais de 150 países. Mais de 2 mil alunos da PUCRS atuam diretamente no parque.
Zenit – Parque Científico e Tecnológico da UFRGS
Foi criado em 2012 e adota modelo descentralizado, tendo suas unidades, laboratórios e recursos humanos espalhados nos quatro campi. Este modelo misto de distribuição geográfica permite o melhor aproveitamento das capacidades e estruturas existentes na universidade. No momento, 37 startups estão em incubação.
Leia a série sobre o futuro do trabalho:
Atividades que se consolidaram ao longo dos séculos permanecem pulsantes aliadas às inovações da informação. Agora, Filosofia pode ser ensinada por meio de memes. Leia mais.
Altamente especializados, advogados e contadores podem, com novos softwares, dedicar ainda mais tempo e inteligência para resolver os problemas dos clientes. Leia mais.
Mais dos que conhecimentos, instituições de ensino superior começam a estimular habilidades nos alunos. Leia mais.