Nesta semana, Canoas, na Região Metropolitana, respira educação, ciência e inovação. A cidade recebe, até sexta-feira (8), a 6ª Mostra Sesi ComCiênci@, com participação de 8 mil estudantes de todo o Rio Grande do Sul, entre visitantes e expositores.
Quem passa pela Escola Sesi de Ensino Médio nesta semana, além de conhecer o novo complexo educacional inaugurado na terça-feira (5), pode conferir os 148 projetos da mostra. Os trabalhos foram elaborados por alunos do Sesi de Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e do contraturno tecnológico, bem como de quatro projetos de redes públicas que tiveram envolvimento com o Instituto Sesi de Formação de Professores.
— A proposta é justamente trazer a consciência de que precisamos ter mais ciência na educação. Trazemos os nossos estudantes, alunos e professores de escolas públicas parceiras para vivenciar isso e deixar este recado. Estamos aqui neste prédio novo, onde debates e projetos vão acontecer todos os dias na prática, mas o que faz diferença é método, aplicável em qualquer prédio. Temos que mudar o mindset na educação e usar a tecnologia na medida certa — afirma o superintendente regional do Sesi-RS, Juliano Colombo.
Promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), o evento gratuito e aberto ao público é realizado anualmente. A proposta é trazer projetos voltados à tecnologia e à sustentabilidade, bem como soluções que envolvem o cotidiano de grupos, comunidades e instituições.
Há 10 anos, foi inaugurada a primeira Escola de Ensino Médio do Sesi-RS em Pelotas. Hoje, o Sistema da Federação das Indústrias do Estado do RS (Fiergs) também conta com escolas em Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Montenegro e Gravataí, além das novas unidades em Canoas e Lajeado, que iniciam 2025 com o primeiro ano.
Inovação e criatividade
Na mostra, podem ser conferidos trabalhos com diferentes finalidades e abordagens, mas a criatividade e a inovação atravessam todas as ideias. Um grupo de alunos do Sesi de Montenegro, por exemplo, desenvolveu um protótipo de tênis inteligente que monitora a pisada do usuário.
O objetivo é auxiliar para corrigir posturas inadequadas, prevenindo lesões e problemas de saúde. O modelo conta com sensores capazes de monitorar a distribuição de peso nos pés em tempo real, bem como luzes LED que sinalizam à pessoa quando estiver pisando de maneira equivocada.
Os autores do Balance Shoes são os alunos Anita Klaus e Guilherme Cervi, ambos de 18 anos, da 3ª série do Ensino Médio. Os estudantes da EJA também participaram das atividades. Um dos destaques foi o projeto apresentado por Moacir Martiningui, 69 anos, e Cláudia Fich, 52.
A dupla de Caxias do Sul, na Serra, desenvolveu um sistema de robótica para auxiliar na indústria, aumentando o nível de segurança no trabalho. A metodologia consiste na integração de sensores que permitem identificar obstáculos e aplicar um mecanismo de resposta para parada da guilhotina industrial, reduzindo os riscos de acidentes de trabalho.
— Imagina passar 50 anos longe da escola. Do nada, a gente se viu trabalhando online após a pandemia, e após a enchente. Comecei a pensar, "será que consigo retomar os estudos?". Aí, apareceu a EJA na vida da gente — relata Moacir, que está no 9º semestre.
Esta foi a primeira participação de ambos em uma mostra científica, e eles contam que a experiência tem sido muito rica. Também há projetos de cunho social, muitos deles com o olhar voltado para pessoas com deficiência. Isabelle Menezes Pacheco, de 13 anos, desenvolveu junto de seu grupo uma experiência gamificada inclusiva, batizada de Spark Dance.
Inspirada em jogos como Pump It Up ou Just Dance, trata-se de uma pista de dança com estímulos táteis, pensada especialmente para pessoas com deficiência visual. No game original, a pessoa precisa olhar a tela para saber onde pisar e acompanhar a dança. Já a estrutura criada pelas alunas do contraturno tecnológico do Sesi Gravataí conta com jatos de ar que e mecanismos que vibram. Ou seja, estímulos sensoriais para que os jogadores identifiquem os movimentos e possam aproveitar a brincadeira.
Programação
A programação inclui ainda palestras sobre temas como o mundo do trabalho, tecnologias, inclusão, competências socioemocionais, emergência climática, diálogo como princípio e culturas juvenis. Entre as atrações, a mostra conta com o Torneio de Robótica First Lego League, nos dias 7 e 8 de novembro, com o tema “submerged” e o Torneio de Robótica EJA – nesta quinta-feira (7), às 18h.
Os visitantes também podem conferir o Sesi Lab, espaço que conecta arte, ciência e tecnologia. No local, é possível interagir com equipamentos que explicam conceitos científicos, fenômenos naturais e sociais.
Oficinas para alunos, professores e secretários municipais de Educação e Cultura, Papo Sesi (palestras rápidas) para alunos, bem como contação de histórias e Escape Room, são algumas das demais atividades. Para participar, é necessário fazer inscrição prévia pelo site de forma gratuita. A programação completa pode ser conferida no site.
Serviço
O que: Mostra Sesi ComCiênci@
Quando: 5 a 8 de novembro
Onde: Sesi Canoas (Rua Aurora, 1220 – Mal. Rondon, Canoas)
Inscrições: gratuitas pelo site