A enxurrada registrada na semana passada no Vale do Taquari causou a interrupção do funcionamento de 15 instituições estaduais de ensino. A situação de cada uma ainda está sob avaliação, mas, em entrevista ao Jornal do Almoço nesta quarta-feira (13), o governador Eduardo Leite relatou que os alunos de escolas que, porventura, não tenham condição estrutural de recebê-los em curto prazo, poderão ter aulas na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e na Universidade do Vale do Taquari (Univates).
— Estamos dirigindo todos os esforços da Secretaria de Obras para recolocar essas escolas em condições. Quando não puder, temos uma parceria com a Uergs, que tem módulos na região, e também com a Univates, uma universidade comunitária, para a gente poder definir novos espaços para garantir que as aulas voltem o quanto antes — destacou Leite, assegurando que “escola é prioridade, sem dúvida nenhuma”.
Dos 15 colégios que precisaram fechar, dois retomaram as atividades nesta semana – na terça-feira (12), a Escola Estadual de Ensino Médio de Colinas, que atende 80 alunos em Colinas, e, na quarta, o Instituto Estadual Estrela da Manhã, que tem 219 estudantes matriculados em Estrela. Em coletiva de imprensa realizada no final da tarde desta quarta-feira, o vice-governador Gabriel Souza anunciou a reabertura, na quinta-feira (14) de mais cinco: as escolas Agostinho Costi, Monsenhor Scalabrini, Farrapos e Jardim do Trabalhador, em Encantado, e Mariante, de forma gradual, em Venâncio Aires.
Nesta quarta, Leite autorizou que R$ 2 milhões sejam utilizados para a compra de móveis para as instituições de ensino atingidas. Serão adquiridos itens como classes e cadeiras para as salas de aula, para reposição do que foi perdido. Nesta quinta, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) fará uma visita técnica à empresa escolhida para fazer o mobiliário, a fim de ter uma previsão mais concreta de quando eles estarão disponíveis.
Em paralelo, vistorias técnicas têm sido feitas pelas equipes do Estado. A pior situação foi identificada na Escola Estadual General Souza Doca, em Muçum, que precisará passar por reparos no telhado e na rede elétrica. Segundo Souza, uma instituição filantrópica se ofereceu para fazer as intervenções e deve ir ao local nesta quinta, para averiguar as necessidades.
Redes municipais também terão apoio
O governo deverá, ainda, auxiliar as redes municipais a se recuperarem da enxurrada. O vice-governador disse que pediu à prefeitura de Muçum que lhe entregasse um relatório informando quais as avarias identificadas, a fim de que o Estado colabore com reparos e reposição de mobília. Também será realocada mobília de escolas estaduais para as instituições municipais atingidas.
Ainda na entrevista ao Jornal do Almoço, Leite garantiu que não faltará recurso para a recuperação das estruturas nos municípios do Vale do Taquari.
— O grande desafio sempre é a burocracia e encontrar as metodologias construtivas que sejam mais rápidas para poder devolver as condições de funcionamento — pontuou o governador.
Para limpar a lama e os destroços deixados nas escolas estaduais, o Estado tem realizado mutirões com a mão de obra de apenados. Na terça-feira, cerca de 140 presos de unidades de Venâncio Aires, Charqueadas, Montenegro, Bento Gonçalves, Guaporé, Encantado, Arroio do Meio e Lajeado já tinham sido mobilizados para auxiliar na força-tarefa da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).