A instabilidade que atingiu os municípios do Vale do Taquari desde a manhã desta terça-feira (12) frustrou os planos de quem havia planejado seguir a limpeza e aproveitar para colocar roupas e utensílios que foram recuperados para secar. A enchente que fez estragos no RS na semana passada já deixou 47 mortos.
— Com essa umidade não seca nada — reclama o morador de Muçum, Vanderlei Poletti, 53 anos.
Mesmo com menos intensidade, a chuva desta terça-feira reavivou memórias de quem ficou horas de telhado em telhado buscando abrigo até que o socorro chegasse.
— Ontem (segunda-feira) começou aquele vento. Eu entro em pânico. Só quem passa mesmo para saber o que que é — conta Noeli de Lima, também moradora de Muçum, que abrigou 10 pessoas em sua casa antes de a água invadir e precisar subir no telhado.
No entanto, a chuva — fraca, que não chegou a causar elevação do Rio Taquari — também foi vista como aliada para quem estava recolhendo o lodo espalhado pela rua. Em Muçum, a lama que se espalhou após o rio extravasar ainda está espalhada por todos os cantos da cidade. Com o lodo seco, até mesmo as máquinas tinham dificuldade.
— Pelo menos ajuda a soltar um pouco essa terra que ficou grudada — disse Renato de Oliveira, jardineiro que viajou de Pinhal da Serra para auxiliar na limpeza da cidade.