Fazer intercâmbio está nos planos de 85,7% dos estudantes brasileiros, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta). A experiência é visada por conta de seu potencial transformador, que pode oferecer ganhos para desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional.
A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) desponta neste quesito por manter convênios com mais de 50 instituições em 20 países espalhados por América do Sul, América do Norte e Europa. Os intercâmbios acadêmicos permitem cursar disciplinas, realizar estágios e participar ou desenvolver projetos de extensão e pesquisa em diferentes áreas do conhecimento.
– A mobilidade internacional de estudantes por meio de intercâmbios é uma aliada, ampliando e reforçando as competências técnicas adquiridas no currículo acadêmico do país de origem, mas também impulsionando outras habilidades, como criatividade, colaboração, comunicação e conectividade. Isso porque empresas e instituições não atuam mais apenas localmente, mas em ambientes globais – ressalta o coordenador dos estágios obrigatórios do curso de Medicina da Ulbra, Cristiano do Amaral de Leon.
Bê-á-bá do intercâmbio
O programa de mobilidade acadêmica da Ulbra é oferecido a todos os alunos da graduação e da pós-graduação e a todas as áreas do conhecimento, embora conte com algumas particularidades. Os estágios curriculares, por exemplo, estão disponíveis apenas aos cursos de Medicina e Veterinária.
– Por uma questão de legislação da própria formação, os estágios curriculares dos outros cursos não podem ser feitos no exterior. Então, os estudantes realizam apenas as disciplinas teóricas da grade – explica o diretor de Relações Internacionais da Ulbra, Antônio Costa.
É importante dizer que tudo que é aprendido no exterior é aproveitado quando o aluno volta ao Brasil. Isso porque, quando ele sai da Ulbra, já sabe quais são as disciplinas que vai cursar e, ao retornar, tem garantia da compensação dos créditos e apenas dá sequência à matriz curricular. Ou seja, ele não vai se atrasar e nem mesmo perder a turma.
Para aproveitar esses benefícios, no entanto, é necessário preencher alguns pré-requisitos. O aluno deve ter integrado no mínimo 30% e no máximo 80% do curso ao qual está vinculado, possuir coeficiente de desempenho do Histórico Escolar igual ou superior à nota 7, e ter conhecimento do idioma exigido pela universidade anfitriã, comprovando proficiência na língua.
– Uma vez que preencha os pré-requisitos, o estudante se candidata explicando a intenção do intercâmbio e apontando três universidades de preferência dentro das nossas conveniadas. Se for aceito, providenciamos os documentos para envio e fazemos nosso plano de estudo. Esse planejamento é sempre feito um semestre antes da viagem – comenta Costa.
Formada pelo curso de Medicina da Ulbra, Eduarda Pasini Dein aproveitou a oportunidade para estagiar em Portugal. Ela passou um mês na Universidade Nova de Lisboa e atuou no setor de pediatria do Hospital de Dona Estefânia.
– Realizar um intercâmbio durante a graduação permite que tenhamos um crescimento pessoal e profissional exponencial, contribuindo, assim, para nossa formação como ser humano. Aos alunos da Ulbra, recomendo ainda mais essa experiência, visto que a todo momento estamos amparados pelo setor de Relações Internacionais da nossa universidade – afirma.
Estágio prático em Medicina
No 12º semestre do curso de Medicina da Ulbra, os alunos devem realizar um estágio prático em sua área de especialização. Um, dois ou três meses dele podem ser contempladosfora do Brasil.
A estudante Victória Forest Hoppen, por exemplo, tirou um mês para conhecer a área de saúde mental da Nova Medical School, localizada em Portugal. Para ela, o maior aprendizado está no atendimento humanizado e na visão do paciente como um todo, vendo além da doença.
– Também aprendi as diferenças do modelo assistencial europeu, voltado para uma população que se difere da encontrada em nosso país. Acredito que, por meio do intercâmbio, adquiri uma visão aprofundada sobre o manejo de pacientes psiquiátricos na União Europeia, comparando com as diretrizes brasileiras de forma a atingir o melhor modelo de atenção a essas pessoas – destaca.
Na prática, a mobilidade internacional pode proporcionar ao estudante de Medicina ganhos técnicos, culturais e de competências que o tornam um profissional diferenciado e valorizado.
– Os futuros médicos têm a oportunidade de vivenciar diferentes sistemas de saúde, ampliando seu conhecimento sobre práticas médicas, tecnologias avançadas e abordagens inovadoras de tratamento. A convivência com profissionais e pacientes de diversas culturas também enriquece a formação do estudante, preparando-o para atuar em um mundo cada vez mais globalizado e multicultural. Além disso, a experiência internacional fortalece o currículo, destacando-o no competitivo mercado de trabalho da área – pontua De Leon.
Edital aberto
A Ulbra conta com dois editais anuais para os alunos que desejam realizar um intercâmbio acadêmico. O segundo deste ano está aberto até 31 de agosto. Mais informações estão disponíveis em www.ulbra.br/canoas/intercambio. Os alunos aprovados farão a viagem no primeiro semestre de 2025.