Em meio ao retorno das aulas presenciais em 211 escolas municipais de Porto Alegre, incluindo as conveniadas, a Secretaria Municipal da Educação (Smed) prevê mudanças no ensino que devem ocorrer a partir de 2022. A secretária da Educação, Janaina Audino, considera, para o segundo semestre deste ano, um edital com um novo formato de educação integral.
— Hoje, o aluno é atendido com a parceirização de uma organização social. Mas a meta é trabalhar o projeto de vida de cada estudante. Ele entrará no primeiro ano do Ensino Fundamental e sairá, no nono ano do Ensino Fundamental, em tempo integral na escola.
Janaina destaca que a proposta é ter uma escola-piloto no município para depois expandir a metodologia às demais instituições da rede. Ao todo, o município conta com 42 escolas de Educação Infantil, 56 de Ensino Fundamental, duas de Educação Básica e outras 209 conveniadas de Educação Infantil.
Paralelo ao turno integral na escola, Janaina planeja resgatar os projetos em turno inverso, que foram retirados na gestão anterior da prefeitura.
Outra ação que deve se iniciar ainda neste mês é a mudança na proposta pedagógica do ensino no município, alinhando a rede à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
— Não houve esta discussão na gestão anterior e isso é uma carência. É preciso ter a identidade de uma proposta pedagógica, alinhada à Base Nacional Comum Curricular. De inovação, queremos que o ensino passe a ser por eixos temáticos. A base traz algumas habilidades essenciais para trabalharmos — explica Janaina.
Conforme a secretária, a proposta que está sendo produzida por um grupo de trabalho será apresentada aos professores neste primeiro semestre para que eles complementem o novo projeto de ensino. O objetivo é implantar já no início de 2022.
— No mundo, a educação é toda interdisciplinar. E aqui a gente ainda olha a educação estratificada, olha o português, olha a matemática. A nossa proposta pedagógica pretende inovar tanto no atendimento quanto em olhar as habilidades e competências dos alunos e também os interesses locais deles, incluindo isso em projetos temáticos — justifica a secretária.
Ainda dentro da nova proposta pedagógica, Janaina esclarece que será avaliada a necessidade de ampliar a carga horária de conteúdos e de atividades nas áreas mais específicas, como português e matemática, e a criação de projetos pedagógicos por eixos, contemplando disciplinas como história e geografia.
— A grande aprendizagem que fica depois da pandemia é que a educação não pode ser mais como vinha sendo feita — ressalta.
Outra ação que já está em implantação e deve ser concluída até o final deste ano é o chamado projeto Conectividade, que pretende tornar as escolas municipais como centros de referência tecnológica nas comunidades onde estão inseridas. Janaina sustenta que a meta é tornar as escolas 100% conectadas. Hoje, todas têm rede de fibra óptica, mas com sinal insuficiente para atender toda a área da mesma escola. O projeto de compra dos equipamentos que faltam já está com registro de preços aberto.
— Estamos trabalhando junto com a Procempa para aumentarmos a compra dos rádios capazes de conectar toda a escola. Só então será possível pensarmos em atividades híbridas (parte da turma na escola e o restante em casa, acompanhando a aula em tempo real), que é o que buscamos.