Correção: A Furg oferece 2.740 vagas em 63 cursos pelo Sisu, e não 2.666 vagas em 62 cursos, como informado das 17h16min desta quinta-feira (16) às 15h55min desta sexta-feira (17). O texto já foi corrigido.
O Ministério da Educação (MEC) libera nesta sexta-feira (17) as notas individuais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019. A forma mais conhecida de usar os resultados é no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), um portal que permite candidatar-se a vagas de universidades públicas de todo o Brasil.
Para além dessa opção, é possível usar a nota da prova para entrar em instituições privadas, ganhar bolsa de estudo, empréstimo e estudar na Europa e na América do Norte.
Desde 2017, o Enem não serve como certificado de conclusão do Ensino Médio – para isto, é necessário realizar o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Entenda os usos do Enem:
Sisu para estudar em universidades públicas
O Sisu é um portal do MEC que reúne em um buscador as vagas de universidades públicas de todo o Brasil reservadas para quem fez o Enem. Para se candidatar, o aluno precisa ter realizado a última prova e não pode ter zerado a redação. Há duas edições do Sisu por ano – a próxima ocorrerá entre terça (21) e domingo (26). A seguinte é no segundo semestre. Pelo terceiro ano consecutivo, GaúchaZH disponibiliza um simulador, em parceria com o Me Salva!, para você conferir as chances de aprovação.
O candidato escolhe até duas opções de curso, que podem ser alteradas durante o período de inscrições. Diariamente, o Sisu calcula e divulga a nota de corte estimada para cada curso – a nota não é final, serve apenas para nortear a escolha do candidato.
Só no Rio Grande do Sul, neste ano são mais de 16 mil vagas em oito instituições de excelência, incluindo os lugares reservados para ações afirmativas.
- Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
660 vagas para 14 cursos - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
1.691 vagas para 93 cursos, incluindo Medicina - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
3.416 vagas em 89 cursos - Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
2.975 vagas em 83 cursos - Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
2.419 vagas em 66 cursos - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSul)
671 vagas em 26 cursos - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs)
1.545 vagas em 40 cursos - Universidade Federal do Rio Grande (Furg)
2.740 vagas em 63 cursos
Universidades particulares que substituem vestibular pelo Enem
Nas instituições privadas, tornou-se comum o uso da nota no exame. Neste caso, o Enem não garante a bolsa, apenas dispensa a necessidade de fazer vestibular. Para cursos concorridos, como Medicina, a nota no exame compõe parte da avaliação ou é preciso fazer o vestibular mesmo. Segundo o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), as seguintes instituições privadas do Rio Grande do Sul aceitam o Enem como substituto:
- Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
- Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
- Feevale
- Universidade La Salle (Unilasalle)
- Universidade de Cruz Alta (Unicruz)
- Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI)
- Centro Universitário Metodista (IPA)
- Universidade da Região da Campanha (Urcamp)
- Universidade do Vale do Taquari (Univates)
- Universidade de Caxias do Sul (UCS, exceto Medicina, Medicina Veterinária e Odontologia).
- Universidade de Passo Fundo (UPF, exceto Medicina)
- Universidade Franciscana (UFN, exceto Medicina)
- Unijuí (exceto Medicina)
- Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc, exceto Medicina)
Na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), o Enem compõe parte da nota do vestibular (exceto Medicina).
ProUni
A nota do Enem serve para o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas integrais e parciais em universidades privadas para estudantes de baixa renda. É preciso ter feito a última prova e tirado ao menos 450 pontos de média, sem zerar a redação. As inscrições vão de 28 a 31 de janeiro, neste link. Veja aqui o edital para participar.
- Bolsas integrais: renda familiar bruta mensal per capita de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.558,50).
- Bolsas parciais: renda familiar bruta mensal per capita de até três salários mínimos (R$ 3.117).
Exigências
- Ensino Médio em escola pública ou bolsa integral em escola particular.
- Ter cursado o Ensino Médio parcialmente em escola pública e parcialmente em privada, na condição de bolsista integral.
- Ser pessoa com deficiência.
- Ser professor do quadro permanente de uma escola pública (nesse caso, o critério de renda familiar não se aplica).
A nota no Enem é levada em conta para o estudante receber o Financiamento Estudantil (Fies) do governo federal. Atenção: é um empréstimo, e não uma bolsa de estudos. É preciso ter média de pelo menos 450 pontos e não ter zerado a redação. As inscrições ocorrem de 5 a a 12 de fevereiro. O empréstimo a juro zero no Fies ocorre para alunos com renda per capita mensal familiar de até três salários mínimos (R$ 3.117). Assim que acaba a graduação, o formado precisa pagar a dívida.
P-Fies
A outra modalidade de empréstimo, o P-Fies, abrange menos universitários e é focada naqueles com renda per capita mensal familiar maior, entre três e cinco salários mínimos (R$ 3.117 e R$ 5195). A diferença aqui é que, diferentemente do Fies, que tem juro zero, o P-Fies segue o juro do banco ou instituição de crédito contratada pelo estudante.
Para estudar em Portugal
O Enem substitui o vestibular em 47 universidades e faculdades portuguesas (veja a lista aqui) – o acordo não prevê financiamento estudantil, apenas a garantia da vaga. Cada instituição define as regras e os pesos para uso das notas do exame no processo de seleção. Nos últimos cinco anos, mais de 1,2 mil brasileiros emigraram dessa forma, segundo o MEC. Exemplo é Rafaela Casagrande, que foi estudar História na Universidade de Coimbra, em 2016 graças ao Enem.
Dentre as instituições conveniadas, estão as Universidades de Lisboa, de Coimbra e do Algarve, além da Universidade Católica Portuguesa. Veja a lista completa aqui. A revalidação de diplomas e o exercício profissional no Brasil estão sujeitos à legislação brasileira.
Para estudar na Inglaterra e na Escócia
As Universidades de Oxford, Kingston, Glasgow, Bristol e Birbeck aceitam o Enem, mas é exigido um teste de proficiência em inglês – IELTS ou TOEFL IBT – e bom histórico escolar. Se a nota no Enem é alta, o estudante consegue a vaga. Se a nota for mediana, é preciso cursar antes da graduação um ano de "undergraduate foundation program", um treinamento em inglês, redação e iniciação à vida universitária.
Para estudar nos Estados Unidos
A New York University (NYU) aceita o Enem como parte do processo seletivo para substituir as provas padronizadas SAT ou ACT, junto com exigências normais, como teste de proficiência, histórico escolar (enviado pela escola) e carta de motivação. A instituição é uma das melhores do país e, por ser comunitária, tem preço mais baixo em comparação com as universidades da Ivy League. A Universidade de Temple, na Filadélfia, também aceita o Enem.
Para estudar na França
Universidades francesas não aceitam especificamente a nota do Enem. Mas, para atender à exigência de aprovação em alguma universidade brasileira, instituições aceitam a reserva de vaga no Sisu, segundo a agência do governo francês Campus France, contatada por GaúchaZH. Junto com o histórico escolar, o interessado pode se candidatar no site da agência, um portal à la Sisu: é possível tentar a vaga em vários cursos de diferentes instituições. As inscrições começam em novembro deste ano e vão até janeiro de 2021.
Para estudar no Canadá
As Universidades de Toronto, de British Columbia e de Ryerson aceitam o Enem no processo seletivo, junto com o histórico escolar e o teste de proficiência em inglês.
Para estudar na Irlanda
A University College Cork aceita o Enem, desde que o universitário tenha cursado um ano de graduação no Brasil e tenha média alta durante o período – no mínimo 7, mas chegando a 9, dependendo do curso escolhido. A instituição também solicita outros documentos, como prova de proficiência em inglês.