Nesta sexta-feira (3), o presidente Jair Bolsonaro falou brevemente sobre mudanças que seu governo pretende implantar na educação, ao comentar sobre novos livros didáticos que, segundo ele, serão adotados a partir de 2021. Na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro argumentou aos jornalistas que os materiais que são utilizados atualmente são "um amontado" com "muita coisa escrita", que precisaria ser "suavizado" para os alunos. As informações são de O Globo.
— Tem livros que vamos ser obrigados a distribuir esse ano ainda, levando-se em conta a sua feitura em anos anteriores. Tem que seguir a lei. Em 21 (2021), todos os livros serão nossos. Feitos por nós. Os pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil, na capa. Vai ter lá o hino nacional. Os livros, hoje em dia, como regra, é um amontoado. Muita coisa escrita. Tem que suavizar aquilo — avaliou o presidente.
Os livros didáticos são selecionados pelo Ministério da Educação (MEC) por meio de edital e, posteriormente, escolhidos pelas escolas. As obras são submetidas para a avaliação do MEC pelos próprios autores ou por suas editoras. Atualmente, mesmo não sendo obrigatório, a maioria dos livros possui impresso o hino nacional.
Bolsonaro não deu indícios sobre o conteúdo didático que servirá de base para o ensino nas salas de aula brasileiras a partir de 2021. O presidente fez apenas uma citação à cartilha Caminho Suave, criada em 1948, que tinha o objetivo de diminuir o analfabetismo no Brasil por meio da associação de palavras com imagens, e voltou a criticar o educador Paulo Freire:
— Falando em suavizar, estou vendo um cabeça branca ali, estudei na cartilha Caminho Suave. Você não esquece. Não esse lixo que, como regra, está aí. Essa ideologia de Paulo Freire. O cara ficou 10 anos e a garotada de 15 anos foi fazer a prova do Pisa e mais da metade não sabe fazer uma regra de três simples.
Outro foco de descontentamento na fala do presidente foi o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, instituição federal de referência em ensino no país. Bolsonaro defendeu que governos de esquerda transformaram a escola em um palco de militância político-partidária:
— O que a esquerda plantou na educação? Plantou militância. Tanto é que o pessoal vota no PT e no PSOL. A molecada PT e PSOL. Chegou ao cúmulo de acabar com uma escola como o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Acabaram com o Pedro II. Menino de saia, MST lá dentro e outras coisas mais que não quero falar aqui.