A confirmação de Bagé como uma das duas cidades gaúchas a serem contempladas na primeira etapa do Programa das Escolas Cívico-Militares, segundo o subsecretário de Fomento às Escolas Cívico-Militares do Ministério da Educação (MEC), Coronel Aroldo Ribeiro Cursino, em entrevista ao programa Gaúcha+ desta segunda-feira (9), foi garantida também pela secretária de Educação do município, Adriana Vieira Lara.
De acordo com Adriana, o anúncio da cidade, ainda que não seja oficial, se deu porque a prefeitura e a Secretaria Municipal de Educação trabalham, desde janeiro deste ano, em uma iniciativa semelhante à proposta pelo MEC. Esse projeto foi construído em conjunto com a comunidade escolar e aprovado pela Câmara Municipal de Vereadores.
— Fico extremamente satisfeita porque desde janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou a intenção de implantar este projeto, começamos a trabalhar num projeto local em conjunto com a base escolar. Ou seja, estamos um passo à frente das demais cidades sem um centavo do governo federal. A verba que será destinada pelo Ministério da Educação nos ajudará nas melhorias a serem realizadas na escola com o maior número de alunos — afirmou a secretária.
Conforme Adriana, a inauguração oficial em acordo com o MEC deverá ocorrer em março de 2020. Ela ainda não sabe se o recurso proposto pelo governo federal virá antes desta data ou se ajustes no atual programa proposto pela administração municipal serão necessários.
Duas escolas já possuem monitores
Desde a semana passada, duas instituições municipais de Bagé já estão trabalhando numa metologia que é parecida com a proposta pelo governo federal, com 10 monitores contratados pela prefeitura. Localizada no Centro da cidade, a Escola de Ensino Fundamental Cívico-Militar São Pedro tem mil alunos e conta com seis monitores para as turmas do 5º ao 9º ano. A Escola Cívico-Militar Doutor João Severiano da Fonseca, no bairro Castro Alves, tem 600 alunos e quatro monitores para os estudantes entre o 5º e o 9º ano.
— Foi aberto um edital para a contratação de reservistas da Brigada Militar, preferencialmente para os que trabalharam com Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), do Exército, que já trabalharam com educação, e dos Bombeiros. Tivemos 50 inscritos que passaram por avaliação de currículo e entrevistas individuais. Temos biólogos, profissionais de educação física e advogados que estão atuando em sala de aula e no acompanhamento das famílias dos estudantes – explica a secretária.
Adriana esclarece que cada monitor é responsável por duas turmas e tem encontros diários em sala de aula. Nas palestras, abordam temas como cidadania, disciplina, combate às drogas e patriotismo. Fora de sala de aula, eles serão uma espécie de padrinho dos alunos, controlando o comportamento e o rendimento escolar. As famílias serão chamadas pelos monitores para estarem mais presentes na escola.
Entre pagamento de salários dos novos monitores (contratados para trabalhar 25 horas semanais), licitações para uniformes completos (da boina ao sapato) e para confecção de apostilas por disciplina e reformas nas duas escolas, Adriana calcula um investimento de R$ 1 milhão dos cofres do município.
Com a implantação da proposta, a partir de 2020, as aulas passarão a ter uma hora a mais. As duas escolas também passarão a executar atividades de leitura e produção textual, seminários temáticos, e nestas duas unidades os alunos contarão com aulas de inglês, além do espanhol já existente.
Outras características serão a adoção de filas na entrada e na saída, cabelos padronizados para meninos e meninas, uniforme cívico-militar, o comportamento dos alunos será acompanhado por ficha individual, com pontuação cumulativa para o ano seguinte, entre outras novidades.
— Ter constância, disciplina e metodologia é marca de todas as pessoas que alcançam grandes coisas na vida. Além disso, este modelo resgata a hierarquia e o patriotismo, com o desenvolvimento de competências e valorização da democracia — acrescenta a secretária municipal de Educação de Bagé.