Manifestações em defesa da educação ocorrem desde o começo desta terça-feira (13) em várias partes do Brasil. Os participantes dos atos também protestam contra a Reforma da Previdência.
No Rio Grande do Sul, foram registradas mobilizações em instituições como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal de Rio Grande (Furg). Segundo levantamento do site G1, pelo menos 10 Estados e o Distrito Federal tiveram manifestações até o momento.
Professores e funcionários da Universidade Federal de Pelotas aderiram ao dia nacional de paralisação, mas a assessoria de imprensa da universidade ainda não informou os números da adesão. Conforme apuração de GaúchaZH, a maior parte dos cursos não teve aula nesta terça-feira. Alunos fizeram piquetes na entrada da universidade.
Em Rio Grande, a Furg também teve portas fechadas. Alunos se manifestaram no campus Carreiros. A adesão foi aprovada em assembleia realizada pelos professores e funcionários.
Estudantes do IFSul em Pelotas e do IFRS em Rio Grande também estão parcialmente sem aulas.
Na UFSM, dezenas de professores, alunos e funcionários se reuniram na entrada do campus, no bairro Camobi, liberando o acesso de tempos em tempos. Os motoristas, que ficavam parados, recebiam panfletos sobre o que é o Future-se — programa anunciado pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, e que gera descontentamento no meio universitário. A manifestação seria, segundo os próprios estudantes, contra medidas do governo federal, como a reforma da Previdência.
Houve restrição em alguns atendimentos da universidade, por conta da paralisação dos técnicos-administrativos. O restaurante universitário não serve refeições, e a Biblioteca Central está fechada. A instituição não tem um levantamento de quais locais estão sem atividades hoje, mas, em alguns cursos, as aulas foram canceladas.
No Instituto Federal Farroupilha, os campi de Júlio de Castilhos e São Vicente do Sul também tiveram mobilização nesta manhã. Algumas turmas estão sem aulas.
Em Porto Alegre, há adesão parcial da UFRGS, da Universidade Federal de Ciências da Saúde (UFSCPA) e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), com registro de não comparecimento de professores em variados campi.
— Minha primeira aula vai até 9h, então, recebi os alunos, mas quem quiser sair para ir à manifestação está liberado — determinou a professora do curso de Letras Silvana Silva ao chegar ao campus da Engenharia, onde é docente.
No salão nobre da UCSPA, é realizado o painel O Futuro das Universidades e Institutos Federais no Brasil, desde as 10h. Os protestos foram convocados por entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e tem como motivação os cortes no orçamento do ensino realizados pelo governo Jair Bolsonaro.
Nesta manhã, já foram realizados em cidades como Brasília (DF), Salvador (BA) e Fortaleza (CE). Mais protestos estão programados para o decorrer do dia. Em Porto Alegre, uma manifestação está marcada para as 18h, na Esquina Democrática, no Centro Histórico.
Adesão parcial da rede estadual
Em Porto Alegre, há adesão de escolas estaduais em solidariedade ao contingenciamento federal e também por demandas locais, segundo o Cpers, que convocou mobilização para as 14h na Praça da Matriz, no Centro Histórico.
Segundo a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), das 247 escolas estaduais de Porto Alegre, cerca de 40 não tiveram qualquer servidor nesta manhã, e algumas operaram de forma parcial.
A reportagem de GaúchaZH encontrou ao menos cinco instituições fechadas e outras duas com aulas normais.